“Lamentamos que o navio russo Zhibek Zholy, carregado com cereais ucranianos roubados, tenha sido autorizado a deixar o porto de Karasu apesar das provas (…) apresentadas às autoridades turcas”, escreveu o porta-voz da diplomacia ucraniana.
O cargueiro russo Zhibek Zholy, que Kiev diz transportar trigo ucraniano roubado, entrou em águas territoriais da Rússia depois de deixar a costa turca, onde estava imobilizado desde sexta-feira, de acordo com autoridades da Turquia.
O Zhibek Zholy, que estava fundeado no porto de Karasu, no Mar Negro, emitiu o seu mais recente sinal a cerca de 20 quilómetros da costa turca, segundo o ‘site’ especializado Marine Traffic, que permite acompanhar o tráfego marítimo em tempo real.
De acordo com um alto funcionário turco, a embarcação “entrou em águas territoriais russas, mas não se aproximou de qualquer porto”, para já.
A agência de notícias turca DHA informou que o navio de carga suspendeu o ‘transponder’, o dispositivo usado para acompanhar navios no mar.
As autoridades ucranianas lamentam que o barco pudesse deixar a costa turca, exigindo uma explicação de Ancara.
“Lamentamos que o navio russo Zhibek Zholy, carregado com cereais ucranianos roubados, tenha sido autorizado a deixar o porto de Karasu apesar das provas (…) apresentadas às autoridades turcas“, escreveu o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, na rede social Twitter.
“O embaixador turco em Kiev será convidado a esclarecer esta situação inaceitável”, acrescentou o porta-voz.
Na quarta-feira, a diplomacia russa reconheceu que as verificações turcas estavam em curso no navio e um membro da tripulação, citado pela agência de notícias russa TASS, disse que a carga do navio seria transferida para outro cargueiro, para permitir ao Zhibek Zholy navegar novamente.
A Ucrânia, que acusa a Rússia de roubar as suas colheitas de trigo, alega que o Zhibek Zholy, que partiu na quinta-feira passada do porto ucraniano de Berdiansk, sob ocupação russa, está carregado com 7.000 toneladas de cereais obtidos ilegalmente.
Desde o início do caso, que as autoridades turcas permanecem em silêncio sobre este assunto.