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Incêndios: MAI apela a responsabilidade cívica para evitar fogos devido a altas temperaturas

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, apelou hoje à responsabilidade cívica para evitar o risco de incêndios no país, salientando que todo o dispositivo nacional de proteção civil está empenhado face às condições climatéricas muito exigentes.

Em declarações aos jornalistas, em Almeirim, José Luis Carneiro garantiu estarem empenhados “todos os meios de todo o dispositivo nacional de Proteção Civil” para fazer face aos desafios “exigentes, do ponto de vista meteorológico” previstos para os próximos dias, com temperaturas que no distrito de Santarém podem chegar aos 40 graus Celsius.

Porém, “os meios serão sempre limitados à luz da escala dos desafios com que estamos confrontados”, alertou o ministro da Administração Interna (MAI), aludindo a “uma conjugação de fatores muito singular e muito grave” que afeta vários pontos do território nacional.

“Estamos a falar de níveis de humidade muito baixos, que podem estar abaixo dos 20%, […] de dia e também de noite, o que é muito relevante”, afirmou o ministro, apelando a “maior atenção e a maior responsabilidade, porque, mais uma vez, os indícios relativos às causas dos incêndios que se mantêm ativos, apontam para comportamentos de negligência”.

O governante acompanhou hoje a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, através de videoconferência, a partir do Comando Distrital de Operações de Socorro de Santarém, em Almeirim.

No final, José Luís Carneiro salientou a importância de todos terem “consciência de que, por muitos meios que o Estado tenha”, com investimentos acima dos 300 milhões de euros, “serão sempre limitados para os complexos desafios” que existem, não obstante “toda a dimensão de organização, de planeamento, de logística, de comunicação e de meios humanos e técnicos que estão ao dispor”.

Com o país em situação de alerta devido ao risco elevado de incêndio florestal, o ministro apelou a “um sentido de responsabilidade muito acrescido da parte de cada cidadão”, para “não fazer fogo em circunstância alguma” e aconselhar-se com as autoridades competentes antes de qualquer comportamento que possa constituir risco.

Cinco ano depois dos incêndios de Pedrógão Grande, que provocaram 66 mortos, o governante afirmou ter saído da reunião com o Centro de Coordenação Operacional Nacional, “consciente da responsabilidade irrecorrível que todos temos para com este desafio nacional”.

Desde os fogos de 2017, lembrou, “tem havido uma redução dos incêndios, quer das ignições, quer da área ardida”.

Contudo, agora “os fatores de risco são acrescidos, quer pelas condições climatéricas, quer pela seca que o país está a conhecer, quer pelo manto vegetal seco, quer pelos ventos” que poderão chegar aos 60 quilómetros/hora no período noturno, salientou.

Esta manhã, José Luis Carneiro, acompanhado da secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, visitou ainda os meios pré-posicionados da Força Especial de Proteção Civil (FEPC) e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o Posto de Vigia da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Centro de Meios Aéreos e a zona de pré-posicionamento de meios dos Bombeiros de Pernes.


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