Bombeiros

Incêndios: PSD “solidário com combate” no terreno, mas diz que ainda há “falhas estruturais

O PSD mostrou-se hoje solidário com o combate aos incêndios e registou positivamente que o primeiro-ministro tenha ido ao terreno, mas alertou que existem “falhas estruturais” que se mantêm.

No final da primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD desde a tomada de posse de Luís Montenegro no 40.º Congresso, em 03 de julho, o primeiro vice-presidente do partido, o eurodeputado Paulo Rangel, enunciou os incêndios e o “caos na saúde” como os dois temas prioritários tratados na reunião.

“Acompanhamos os apelos do Presidente da República e do primeiro-ministro para que todos os portugueses tenham comportamentos que diminuam largamente os riscos, mas atenção: não podemos atirar as responsabilidades só para as pessoas. Há uma seca extrema, há uma vaga de calor, há falhas na política florestal, no apoio aos bombeiros, na política de comunicações. Há lições que deviam estar mais bem aprendidas”, afirmou Paulo Rangel.

Questionado sobre as palavras do Presidente da República, que considerou não haver comparação entre a preparação atual e a de 2017, Rangel repetiu que “há um conjunto de questões estruturais que não foram resolvidas”.

“Não quer dizer que as forças de combate aos incêndios não estejam mais bem preparadas”, admitiu, dizendo que as falhas são para “debater mais tarde”, já que agora “a prioridade é ser solidário no combate”.

Por outro lado, o PSD “registou positivamente” que António Costa tenha “finalmente ido ao terreno”, referindo-se às deslocações de hoje do chefe de Governo por alguns distritos mais afetados pelos incêndios.

“No entanto, o PSD já tinha assumido esta questão como um grande combate. Não é por acaso que o primeiro ato de Luís Montenegro como presidente foi ir a Pedrógão Grande”, disse.

Paulo Rangel manifestou solidariedade com as famílias e empresas afetadas pelos incêndios e gratidão A todos os que os combatem no terreno.

Como segundo tema prioritário, a CPN do PSD apontou “o caos na saúde”, com Paulo Rangel a salientar que continua “um dominó de encerramentos pelo país”, sobretudo na área da obstetrícia e pediatria.

“Com outra agravante, o mau funcionamento da emergência médica. Se encerramos as urgências em muitas localidades, temos de deslocar as pessoas e se temos problemas com os veículos de emergência essas pessoas vão ter dificuldade em deslocar-se”, alertou.

O primeiro ‘vice’ do PSD manifestou ainda a preocupação da direção do PSD pelo “excesso claro de mortalidade inexplicável” em Portugal, atribuindo falhas à gestão da ministra e do Ministério da Saúde.

“Não houve até agora uma medida tomada pelo Governo para remediar – já não para resolver – a situação das urgências em Portugal”, acusou.

A CPN tomou ainda duas decisões sobre a agenda política do partido, no verão e na ‘rentrée’.

“O PSD vai retomar no seu formato tradicional a Festa do Pontal, terá lugar no dia 14 de agosto, em Quarteira [Algarve]. Uma festa tal qual como era tradição do PSD há décadas”, afirmou.

O partido irá também realizar, como já tinha sido anunciado, a tradicional Universidade de Verão, entre 29 de agosto e 04 de setembro, em Castelo de Vide, que terá como principal organizador Carlos Coelho – coordenador da Academia de Formação do PSD – e que não se realizou nos últimos dois anos devido à pandemia de covid-19.


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