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Incêndios: PCP/Leiria pede “reforço adicional e imediato de meios de combate”

A Direção da Organização Regional de Leiria (DORLEI) do PCP manifestou hoje profunda preocupação com os vários incêndios nas zonas norte e centro do distrito, e exigiu um “reforço adicional e imediato de meios de combate”.

“O PCP considera que este conjunto de incêndios exige um reforço adicional e imediato de meios de combate aos incêndios. Caso contrário, pela sua localização e direções de progressão, estes fogos podem vir a alastrar com ainda maior periculosidade, quer na zona do Pinhal Interior Norte, onde o risco de junção de incêndios é real nos concelhos de Pombal, Ansião e Alvaiázere, bem como na zona de Leiria, com a progressão do incêndio para noroeste”, referiu a DORLEI, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

O partido adiantou que o incêndio de Alvaiázere, resultante da projeção do incêndio de Ourém, “ameaça populações deste concelho e já obrigou a evacuações”, enquanto “o fogo de Pombal/Ansião, que, depois de dado com extinto, sofreu hoje reacendimentos e ameaça a freguesia de Pousaflores”, além dos incêndios no concelho de Leiria, que “já obrigaram à evacuação de populações, nomeadamente entre Figueiras e Mata dos Milagres, bem como a medidas de proteção de zonas industriais, relativamente próximas do núcleo urbano da cidade de Leiria”.

O PCP lembrou ainda que os fogos levaram ao encerramento ao trânsito nos itinerários complementares 2 e 8 e na A1.

Para o PCP, que expressou solidariedade às populações afetadas, “as atuais condições atmosféricas não explicam todos os desenvolvimentos das últimas horas no distrito”.

“Não obstante a necessidade de uma apurada investigação à origem, modo de progressão e reacendimento destes incêndios, a DORLEI do PCP recorda que ainda há menos de um mês, aquando da visita do secretário-geral do PCP a Pedrógão Grande, chamou a atenção para a acumulação de fatores que, perante um cenário de aumento de temperatura, iria resultar em novos incêndios”.

Segundo a DORLEI, “a realidade está a provar que a política do Governo PS, de remeter para os pequenos proprietários a responsabilidade da prevenção de incêndios, numa atitude profundamente injusta do ponto de vista económico e social, e mesmo persecutória, não impediu a deflagração de novos incêndios na região”.

O PCP sustentou que, “passados cinco anos das tragédias de Pedrógão e do Pinhal de Leiria (…), a falta de vontade política, a incúria e a incompetência do Governo do PS na política florestal e de meios humanos e técnicos para ordenamento e proteção da floresta, na política de proteção civil, desordenada e desprovida de um sério investimento no apoio e no reconhecimento do papel central dos bombeiros, são as duas razões de fundo para estes novos incêndios, por mais que a propaganda do Governo e do Presidente da República tentem uma inaceitável linha de responsabilização das populações”.

Os incêndios que deflagraram em junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

Em outubro do mesmo ano, os fogos na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.

Mais de 80% do Pinhal de Leiria, que tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, ardeu nestes fogos.


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