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Incêndios: E as chamas continuavam a rondar as casas nas Colmeias

O cheiro a queimado e o fumo intenso que paira no ar da freguesia de Colmeias, no concelho de Leiria, prova que a chegada da noite não trouxe tranquilidade à população.

Nas casas mais encostadas às zonas florestais, os populares estão munidos de baldes e mangueiras prontos a enfrentar as chamas, que lavram mato a poucos metros das suas habitações.

“Nunca vi nada assim”, desabafa uma mulher, com o olhar fixado nas chamas que lavravam ao início da noite uma zona de canaviais e encaminhavam-se rapidamente para os terrenos cultivados.

Seis baldes cheios de água estavam prontos a combater as chamas. Perto, uma equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR não tinha água para ajudar a travar as chamas que ganhavam terreno à medida que consumiam toda a vegetação, bastante seca.

Sem desistirem de apoiar a população, os militares encontraram uma solução para bombear água e tentar travar o incêndio antes de este entrar nos terrenos cultivados, sob o olhar desesperado dos seus proprietários.

À medida que se percorre as ruas, encontram-se veículos de bombeiros posicionados junto a casas. Os meios para o combate são poucos face à dimensão do incêndio, pelo que a prioridade é a defesa das pessoas e habitações, desabafa um bombeiro.

Nas estradas, passam veículos da GNR e dos bombeiros para a frente a para trás.

“Fazem o que podem e não podem estar em todo o lado. Tem sido um dia difícil”, desabafa um morador de Colmeias, confiante que a noite iria ajudar a controlar o incêndio e a preparar-se para pegar numa pá e defender os terrenos.

O lar D. Luís, à entrada das Colmeias, foi evacuado. Ambulâncias de transportes de doentes de diferentes corporações ajudaram no transporte dos idosos. Do outro lado da estrada o fogo já tinha passado e deixado um terreno em tons escuros. A casa salvou-se.

Perto da Serra do Branco, uma frente de fogo estava bem desenhada. As casas construídas amiúde estavam a ser protegidas por bombeiros e pelos proprietários, que olhavam desolados para as chamas a percorrer toda a encosta.

Mais à frente, um cabo caído atravessava a estrada e pequenos fogachos continuavam a consumir o que ainda restava de vegetação.

A igreja da Memória também esteve em risco com a passagem das chamas.

A noite vai ser longa para os habitantes destas freguesias, onde o incêndio chegou ao início da tarde, depois de deflagrar, pelas 12:06, na Caranguejeira.

Segundo o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 23:30, estavam no local 398 operacionais apoiados por 118 viaturas.

Em Regueira de Pontes, no concelho de Leiria, lavra outro incêndio, que começou às 13:53, estando a ser combatido por 121 operacionais com 38 viaturas, segundo a mesma fonte.

O município de Leiria informou que no incêndio da Caranguejeira, que também chegou à Boa Vista e aos Milagres, estiveram envolvidos (não em simultâneo) um total de 635 operacionais, 197 veículos, 20 meios aéreos e seis máquinas de rasto.

Foram ainda retirados, por precaução, cerca de 100 idosos de cinco lares.

A câmara de Leiria pediu hoje à população entre as localidades de Figueiras e Mata dos Milagres para se deslocar para o pavilhão dos Pousos ou para o Estádio Municipal, na sequência do incêndio que atingia a freguesia dos Milagres.

Posteriormente, a autarquia solicitou à população que “se mantenha vigilante e siga as indicações da Protecção Civil e Forças de Segurança”.


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