Os incêndios que atingiram várias freguesias de Leiria “estão controlados”, mas mantém-se ativo um dispositivo com quase 500 elementos em vigilância e prontidão para ataque rápido a reacendimentos, informou hoje o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes.
“Neste momento, o fogo que iniciou ontem [terça-feira] na Caranguejeira e atingiu as freguesias das Colmeias e Milagre, Boa Vista, Souto da Carpalhosa e Ortigosa, está controlado”, referiu.
De acordo com o autarca, está em curso a operação de rescaldo e combate a alguns reacendimentos.
No terreno, disse, está um dispositivo com 460 pessoas.
A página da Proteção Civil, às 14:15, revelava que estavam 332 operacionais no incêndio que começou na Caranguejeira, apoiados por 104 viaturas e um meio aéreo.
No de Regueira de Pontes, apareciam quase 100 operacionais e 30 viaturas.
“Vão manter, sobretudo, a vigilância e ataque rápido no caso de reacendimento, que é a nossa principal preocupação, em virtude dos ventos erráticos que se preveem durante a tarde e o aumento da temperatura”, acrescentou.
Num balanço feito aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal de Leiria sublinhou a resiliência da população na proteção dos seus bens, que fez com que o dia de terça-feira “não tenha sido uma catástrofe” neste concelho.
“Temos uma área ardida estimada de três mil hectares, o que é uma área muito grande, especialmente na freguesia das Colmeias”, lamentou.
As chamas consumiram casas devolutas e anexos, não tendo ardido “nenhuma de primeira ou segunda habitação”.
No que toca a feridos, registaram-se duas ocorrências com bombeiros e quatro com populares, todos eles “casos ligeiros”.
Ainda segundo o autarca, na terça-feira foram evacuados três lares, que obrigaram a que cerca de uma centena de idosos tenham pernoitado a última noite num Pavilhão Desportivo.
“Estamos a repor as infraestruturas dessas localidades: água, luz e telecomunicações, pois muitos postos de eletricidade estão caídos. Já temos equipas das telecomunicações, água e luz no terreno”, disse ainda.
Portugal continental está em situação de contingência até às 23:59 de sexta-feira devido às previsões meteorológicas, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
A maioria dos distritos de Portugal continental estão sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.