Para o especialista que estudou os incêndios de 2017, as ocorrências de ontem alertam para o elevado interface urbano-florestal do país. “Em situações assim, não há nenhum sítio em que o risco de incêndio seja inócuo”.
Em dias de condições extremas para a propagação de grandes incêndios, não há nenhum sítio que possa ser considerado seguro. Domingos Xavier Viegas, especialista em incêndios florestais da Universidade de Coimbra, que coordenou os estudos pedidos pelo Governo sobre os fogos trágicos de 2017 e integrou a comissão técnica permanente do Parlamento, diz ao i que essa é uma das leituras a fazer do dia de ontem, marcado pelos fogos em zonas rurais e por dois grandes incêndios que atingiram os perímetros urbanos de Palmela e Setúbal e, a Sul, Faro e Almancil, onde fica a Quinta do Lago, atravessada pelas chamas.
“Com esta extensão não é muito habitual e não é o mais lógico, porque a área florestada é muito superior à área urbanizada, mas cada vez mais vamos tendo floresta que entra por zonas urbanas, até em zonas rurais, e as cidades e vilas […]