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Incêndios: Proteção Civil garante que dispositivo de combate tem respondido

A Proteção Civil garantiu hoje que o dispositivo de combate aos incêndios florestais tem estado a responder e que todos os meios disponíveis têm sido mobilizados, destacando que a maioria dos fogos tem sido resolvida na fase inicial.

“Todos os meios têm sido disponibilizados, relembro que há ocorrências que têm mais de 500 operacionais envolvidos. Todos os meios disponíveis têm sido mobilizados e tem sido feita uma gestão”, disse aos jornalistas o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.

No ‘briefing’ à comunicação social para apresentar o ponto de situação dos incêndios que lavram no país, o comandante nacional foi questionado sobre algumas críticas feitas por autarcas relativas à falta de meios para o combate.

O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sustentou que o dispositivo de combate “tem estado a responder” e que “está implementado”.

“Agora a situação é complexa, alguns dos incêndios têm a duração de muitos dias o que dificulta o trabalho, mas acima de tudo também aumenta a disponibilidade dos combustíveis para arderem muito mais rápido devido à energia libertada dos incêndios e o material que não ardeu fica ainda muito mais disponível”, frisou.

André Fernandes alertou também para existência de novas ocorrências de fogo “todos os minutos” e o sistema “tem evitado que essas novas ocorrências se transformem em grandes ocorrências”, considerando que “é preciso fazer este equilíbrio para evitar que as novas ignições se transformem em grandes incêndios”.

“Das ocorrências que temos vindo a registar, a maioria tem sido resolvida no ataque inicial porque o dispositivo está no terreno, responde a estas ocorrências e é uma percentagem pequena que passa para ataque ampliado”, explicou.

Sobre a ausência de meios aéreos no incêndio que deflagrou na quarta-feira em Palmela, André Fernandes afirmou que foram “enviados os disponíveis e planeados no ataque inicial”, tendo sido mobilizados dois helicópteros de ataque inicial que tem um período de operação de uma hora e meia.

“Depois dessa hora e meia foram à base reabastecer e depois voltar para o incêndio. Todos os aviões de asa fixa, os conhecidos por aviões anfíbios, estavam empenhados em outras ocorrências, assim que houve essa oportunidade foram empenhados os dois aviões anfíbios”, afirmou, indicando que “o planeamento foi efetuado de acordo com aquilo que são os procedimentos operacionais e o reforço foi feito dentro da análise das prioridades de ação”.

O comandante nacional da ANEPC esclareceu que nos últimos dias o que tem existido “não são reacendimentos, mas sim reativações”.

Segundo o responsável, “com estas condições meteorológicas, qualquer reativação existente tem um potencial de grande desenvolvimento” e “infelizmente tem tido uma progressão muito rápida”.

Questionado sobre as imagens que mostram chamas a ladearem a A1 antes de a autoestrada ter sido cortada ao trânsito e onde não existia qualquer visibilidade para os automobilistas, André Fernandes disse que a “A1 foi cortada” e que “um corte de uma autoestrada não é algo que seja fácil de se implementar”, existindo um tempo de resposta desde que é dada a indicação.

“Desde que foi dada indicação à GNR para fazer o corte, quer a GNR, quer a Brisa, fizeram o corte no tempo que é normal para estas situações”, disse.

André Fernandes disse ainda que, durante os últimos dias, o dispositivo “mais uma vez foi reforçado, deu uma resposta e evitou perdas de vidas humanas e que um grande número de habitações fosse danificado”.

Portugal Continental está em situação de contingência devido às previsões meteorológicas, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

Oito distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.


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