Palmela

Em Palmela “há muitos anos que o fogo não se atrevia a tanto. Ou há muitos anos que andamos com sorte”

Xavier Viegas diz que “Portugal está em falta com o que deveria ter feito desde 2017”. Proteção Civil refere que os fogos surgem entre as 12h00 e as 16h00 e durante a noite e que a grande maioria estava controlada. Situação de contingência será reavaliada no domingo.

Uma grande parte dos incêndios que surgiram na última semana aconteceram entre as 12h00 e as 16h00 e durante a noite. E os grandes fogos dos últimos dias como os de Palmela, Ourém, Caminha e Leiria estavam ao início da noite desta quinta-feira dominados. Os dados transmitidos pela Proteção Civil mostravam que depois de alguns dias de grande pressão sobre os agentes de combate aos fogos e às populações a situação no país indiciava que os piores momentos já poderiam ter sido ultrapassados.

Isto apesar de a situação de contingência ter sido renovada até domingo – as temperaturas elevadas vão manter-se -, dia em que será reavaliada a necessidade de manter o país neste ponto de alerta.

Esta quinta-feira, pelas 20h00 ainda estavam ativos 20 fogos, sendo nove deles considerados “significativos”. Leiria foi o distrito com mais área ardida e operacionais mobilizados. Nos concelhos de Ansião e Pombal mais de 1400 operacionais esta quinta-feira a combater reacendimentos e novos incêndios de grandes proporções. Após o incêndio que, na tarde de quarta-feira, colocou vidas em risco nos arredores e centro de Palmela, 193 operacionais mantinham reacendimentos controlados.

A situação vivida nos últimos dias levaram Xavier Viegas, especialista em incêndios rurais da Universidade de Coimbra, a reafirmar que, “além das alterações climáticas, estamos em falta com o que já deveríamos ter feito desde 2017”. Lembra que “tivemos cinco anos amenos para trabalhar junto das populações, nas atitudes preventivas e na gestão da floresta, com a criação de zonas descontinuadas que travariam a rápida combustão e dariam espaço aos bombeiros durante o combate a incêndios”. O que não foi feito.

Palmela a salvo pelas mãos de bombeiros e civis

Depois de uma tarde e noite de risco extremo, Palmela amanheceu calma com a terra negra e muitos olhos fixos no horizonte, desde a Serra dos Gaiteiros, passando pelo Vale dos Barris até a Serra do Louro. Ainda assim Elísio Oliveira, comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal, não afastava “o grave risco de reacendimentos num combustível […]

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