Ponto de inflexão na Fruticultura Portuguesa – José Martino

Na sequência do “1.º Simpósio de Nacional Fruticultura” organizado pela APH, Maçã de Alcobaça e COTHN, o qual, decorreu nos passados dias 12 e 13 de Outubro, no Mosteiro de Alcobaça, procedi a uma reflexão sumária sobre os caminhos a trilhar pela Fruticultura Portuguesa para obter sucesso:

1 – A Fruticultura Portuguesa definida como fileira estratégica no âmbito do QREN necessita romper com a situação actual, fase das “potencialidades e das lamentações e limitações” passando até 2013 para a fase das “oportunidades e da consolidação do negócio”.

2 – Princípios enquadradores da inflexão na competitividade da nossa fruticultura:

1.º – Exportar tem de passar a ser o objectivo principal em cada uma das sub fileiras frutícolas.

2.º – A caracterização de cada sub fileira ao nível da produção, agro indústria, comercialização e mercados, quer em Portugal, quer nos países mais avançados (reais ou potenciais nossos concorrentes).

3.º Definir os parâmetros técnico económicos nos diversos níveis que pretendemos atingir em 2013.

4.º Redigir planos de acção e respectivos planos operacionais.

3 – Utilizar como exemplo o sucesso obtido por determinada sub fileira ou operador, comunicando-o de forma exaustiva e repetitiva de forma a induzir acção e mudança nas restantes actividades frutícolas.

4 – Torna-se necessário rever o modelo de funcionamento do programa de financiamento da experimentação e investigação na fruticultura, deixando ficar o que funcionou bem e procedendo a alterações em tudo o que limitou a eficácia dos resultados obtidos.

Princípios orientadores na metodologia:

a) A primeira parte de qualquer candidatura tem de possuir uma introdução ao que se quer experimentar ou investigar, descrevendo o seu estado da arte a nível mundial.

b) A partir de a) definem-se os objectivos da candidatura, mostrando a importância que possui para melhorar o negócio e a sustentabilidade económica dessa sub-fileira.

c) O modelo de financiamento tem prever uma fatia de fundos que serão atribuídos caso a parceria consiga obter resultados concretos mesmo que para tal tenham de propor o alongamento temporal dos trabalhos ou que reformular a metodologia proposta ou colocar outras tarefas que no decorrer da experimentação/investigação vieram a tornar-se relevantes ou críticos para obtenção de resultados.

5 – A assistência técnica deve ser contratualizada entre o produtor e a entidade de prestação destes serviços, a qual pode ser privada ou pública.

Princípios orientadores:

a) A assistência técnica para produtores que querem progredir na sua actividade;

b) Concorrência entre entidades prestadoras do serviço, privadas ou públicas, nacionais ou estrangeiras;

c) Os resultados a atingir pela assistência técnica são determinados pelo Plano de Acção da Assistência Técnica, bem como, na situação de partida, pela caracterização da tecnologia empregue na exploração frutícola.

O seu caminho do sucesso da fase das potencialidades à da consolidação do negócio!

José Martino
Engº Agrónomo

(*) José Martino é licenciado em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia, Sócio gerente da Empresa “Espaço Visual – Consultores de Engenharia Agronómica, L.da” e Consultor sobre compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos na LIPOR e na Câmara Municipal da Maia. É Presidente da Associação Portuguesa de Kiwicultores desde 2004.

Reflexões sobre o documento de trabalho “Implementação da Estratégia para a Competitividade” – José Martino


Publicado

em

por

Etiquetas: