O primeiro sinal que esta “Batalha” está para começar surge do outro lado do Atlântico. A OPEP do bioetanol nunca esteve tão perto!
Durante anos o bioetanol, tem sido usado em larga escala como combustível renovável e limpo. Enquanto apenas o Brasil o utilizava em massa, nada de novo vinha ao mundo.
A Europa apregoa aos sete ventos a sua nobre vontade de os utilizar maciçamente. O Japão, a Austrália e inclusivamente a China têm-se agitado na utilização dos biocombustíveis como forma de reduzir dependências, tanto energéticas como ambientais.
Mas os EUA paulatinamente, foram galgando terreno na produção de biocombustiveis. Não ratificam o Protocolo de Quioto. Após tornarem-se os maiores produtores de bioetanol do mundo, deixando-se de campanhas propagandistas, iniciam o seu périplo de negociações com vista à organização mundial do mercado do álcool, veja-se o tema central do seu Presidente na recente visita pela América Latina.
O tema revestiu-se de tal importância, que nem o enorme déficit de popularidade e amizade que goza o Presidente dos Estados Unidos naquelas bandas, foi capaz de abafar o relevo que terão os fornecedores de energias renováveis e limpas num futuro próximo.
Bastou aos Estados Unidos fazerem breves alusões ao uso de biocombustíveis para fazer disparar o preço das “commodities” nos mercados internacionais.
Uma pseudo guerra instalou-se. Os utilizadores tradicionais das “commodities”, habituados a driblar o mercado e os consumidores a seu belo prazer, da noite para o dia, esbarraram com uma barreira à primeira vista intransponível. Surgem as primeiras vozes detractoras. Buscam desesperadamente aliados. Mas a verdadeira “Guerra” ainda não começou.
Há cerca de um ano ninguém questionava os artigos de especialistas anunciando, a curto prazo, o preço do petróleo a $100/barril. Hoje podemos questionar – até onde, os biocombustíveis, deixarão ir o preço do petróleo. A batalha de Gigantes está para começar!
Gonçalo Aranha
Lic. em Química
ANPROBE – Associação Nacional dos Produtores de Beterraba