A falta de espaço nas cidades obriga a pensar em soluções inteligentes. É na Bélgica que está a maior horta urbana no topo de um edifício do mundo. É no telhado que são produzidos tomates, ervas aromáticas e peixes.
Imagine que o peixe que come em Lisboa é produzido num telhado em Oeiras. Ou que os tomates vendidos num supermercado no Porto crescem no topo de um edifício em Matosinhos. Na Bélgica não é preciso imaginar, já acontece.
É uma porta normal de um edifício que serve o mercado de Anderlecht, perto de Bruxelas. Ao subir as escadas chega-se ao topo, e não há espaço vazio. Tudo é aproveitado, são 4 mil metros quadrados de plantações em estufa, plantações ao ar livre e de viveiros.
A empresa chama-se BIGH e quer revolucionar o abastecimento alimentar nas grandes cidades, a lógica é que se produza o que se consome. Corta-se na dependência, aproveita-se o espaço que está por utilizar e reduz-se a logística no transporte.
Com sete empregados e sete estagiários, esta empresa quer que este método de produção agroalimentar represente 30% dos alimentos consumidos em Bruxelas no futuro. Por enquanto, não chega aos 1%, mas desde 2015, altura em que foi criada, tem vindo a crescer todos os anos.
A convite do Parlamento Europeu, a Renascença junta-se a um grupo de jornalistas convidados para conhecer o projeto. A agricultura alia-se à engenharia e à biologia, a visita guiada é fascinante mas complexa.
Tomates e peixes trocam nutrientes
Cultivar sem terra parece contraditório, mas é uma realidade. Hidroponia é o nome dado a esta técnica que dispensa a terra, porque alimenta as plantas diretamente na raiz através de uma solução nutritiva.
Mas esta empresa vai mais longe, porque os nutrientes utilizados para fertilizar os tomates vêm dos tanques onde estão a ser criadas trutas. Os dois espaços são separados por um corredor. Do lado esquerdo há uma estufa de tomates, do lado direito estão vários viveiros- chama-se aquaponia.
Os peixes, neste […]