“A atual seca no sul da Europa pode-se tornar a pior de todas”, refere a Comissão Europeia com base nos dados do serviço de gestão de emergências Copernicus. Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia para as relações interinstitucionais, Maroš Šefčovič, Portugal também enfrenta “seca severa” após o mês de maio ter sido o mais quente em 92 anos.
No nosso país, perante notícias de que há barragens com reserva técnica abaixo dos canos de captação e de que o nordeste transmontano está sob ameaça de corte de água durante a noite, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e Ordenamento do Território, João Catarino, garantiu que, apesar da seca, Portugal tem água para consumo humano nos próximos dois anos. O governante admite, ainda assim, a possibilidade de racionamentos em algumas zonas do país para determinados usos, como o agrícola.
Para o secretário de Estado, a seca e os incêndios florestais são duas preocupações permanentes do Governo. “Por isso, temos de ter muito cuidado, no uso da água e no uso de instrumentos que possam provocar ignições em espaço rural”, apelou. Em Bruxelas, Šefčovič disse aos eurodeputados que, no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE este ano, existe um financiamento de mais de 14 milhões de euros para apoiar a capacidade da frota RescEU com 10 canadairs, um helicóptero pesado e dois tratores aéreos. Está ainda prevista a compra de 12 aeronaves adicionais para que esta força de proteção possa intervir para fornecer apoio adicional aos estados-membro em caso de incêndio grave.
O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.