O BE de Oliveira de Azeméis reagiu hoje ao fogo da semana passada nesse concelho do distrito de Aveiro criticando o executivo camarário por ainda não ter atualizado o plano municipal de defesa contra incêndios.
Em nota enviada à Lusa, a coordenação local do partido diz que já questionou a Câmara socialista pelo “adiamento na aprovação do plano” e afirma: “O plano deve estar atualizado, de forma a conhecer-se a realidade da floresta do concelho, as suas principais fragilidades e como proceder em caso de incêndio. Face aos fogos que enfrentamos e por estarmos em julho, seria de prever que o Plano Municipal estivesse pronto antes do verão — sobretudo numa altura em que as alterações climáticas se fazem sentir cada vez de forma mais forte”.
O partido fez chegar idêntica posição à Assembleia Municipal, mediante documento onde se lê: “Segundo fomos informados, o Município de Oliveira de Azeméis supostamente não tem o Plano Operacional Municipal atualizado. Nesse sentido, o BE vem requerer ao presidente da Assembleia que diligencie junto da Câmara o envio do plano em vigor [para consulta pelos eleitos]”.
Referindo-se tanto ao Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios como ao Plano Operacional Municipal, as críticas do BE foram remetidas à Câmara e à Assembleia depois do incêndio que deflagrou quarta-feira em Oliveira de Azeméis, na freguesia do Pinheiro da Bemposta, e que acabou por alastrar aos concelhos vizinhos de Albergaria-a-Velha e Estarreja, destruindo milhares de hectares de floresta e duas unidades industriais, entre outras estruturas.
Fonte oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil adiantou à Lusa que o referido fogo destruiu em cerca de 25 horas uma área global na ordem dos 2.900 hectares, entre os quais 300 relativos a mata, floresta e campos agrícolas especificamente no território de Oliveira de Azeméis.
O combate a esse incêndio implicou o trabalho simultâneo de cerca de 500 bombeiros e outros operacionais, apoiados por aproximadamente 150 viaturas terrestres e três meios aéreos.
Segundo o BE, um dos bombeiros no comando das operações terá declarado na altura à imprensa que “em Oliveira de Azeméis, embora a lei permita que tenham o Plano Municipal de Defesa da Floresta e o Plano Operacional Municipal aprovado até 31 de dezembro”, isso não acontecera. O mesmo responsável terá acrescentado: “Um concelho como este deveria ter atualizado o plano na data prevista e não ter adiado a sua aprovação”.
Perante a destruição em causa, “o BE exige que se tomem as devidas precauções antecipadamente e que essas se levem a conhecer à Assembleia Municipal, para uma discussão mais detalhada” entre os quatro partidos representados nesse órgão — onde também tem assento o PS, o PSD e o Chega.
“Em termos de gestão florestal, cabe à Câmara zelar pela limpeza dos terrenos, sejam públicos ou privados. O Bloco também defende — mas isto já num plano mais amplo do que o concelhio — medidas claras de preservação do clima face à emergência climática e o fim das monoculturas”, conclui o partido.
Questionada pela Lusa quanto ao assunto, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis não prestou esclarecimentos.