A GNR já deteve mais incendiários este ano do que nos 12 meses de 2021: 56 pessoas contra 52. Metade vive em Viseu, Vila Real e Guarda. Em 79% das situações, as chamas alastraram por negligência e em 21% a sua atuação teve como objetivo o de provocar o fogo. O maior grupo está na faixa dos 40 anos, quando o ano passado era a dos 70. Ainda esta semana, a PJ levou ao juiz um jovem de 14 anos. O perfil do incendiário está a mudar ou há outros perfis a ter em conta?
O jovem teve motivações “fúteis”, ateou fogo para se vingar dos avós. Incendiou “uma pilha de lenha num logradouro”, colocando em “perigo as habitações contíguas e uma densa mancha florestal de pinheiro bravo, de valor consideravelmente elevado”, explicou a PJ.
49 homens e sete mulheres detidos
Não se enquadra no perfil habitual do alcoólico, com problemas mentais, iletrado. E, segundo a lista de 700 incendiários recolhida pela Judiciária, há, também, quem tenha profissão especializada e curso superior, segundo noticiou o semanário Expresso na última edição. Esta polícia adiantou que há dois novos perfis: o criminoso urbano motivado por vingança e o do profissional diferenciado e bem inserido socialmente.
Ainda assim, o psicólogo forense Mauro Paulino entende que terão de se analisar as características daqueles indivíduos, bem como as motivações, para ver se há uma mudança de perfil do incendiário.
“O incendiário por vingança em meio urbano não é novo, por exemplo, quando as relações chegam ao fim e, por retaliação, tenta destruir o património da pessoa em causa. […]