Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 30 de junho, apontam para um ano agrícola a decorrer com relativa normalidade, apesar do cenário de seca extrema e do significativo aumento dos preços dos meios de produção. A existência de algumas restrições na utilização de água de rega não condicionou a instalação e o desenvolvimento das culturas de primavera, registando-se inclusivamente aumentos de área de 5% no milho e de 4% no tomate para a indústria. No caso do arroz, o decréscimo de área observado (-5%) deve-se exclusivamente às obras de manutenção dos canais de rega de Alcácer e Grândola. Para as fruteiras, esperam-se boas produtividades nas pomóideas (maçã e pera), ao nível das melhores campanhas. Também na cereja, a conclusão da colheita confirmou a boa campanha, com a produção a alcançar valores próximos das 24 mil toneladas, o que corresponde a uma das maiores produções de sempre.
Em contrapartida, os efeitos da seca fizeram-se sentir sobretudo nas culturas de sequeiro de outono/inverno, nomeadamente nos cereais praganosos, que deverão registar quebras de produtividade entre 10% e 20%. As culturas forrageiras e as pastagens foram também consideravelmente afetadas, penalizando ainda mais um setor agropecuário já sobrecarregado pela escalada dos preços da alimentação animal.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em maio de 2022 foi 40 516 toneladas, o que correspondeu a um acréscimo de 1,7% (-3,1% em abril), devido ao maior volume de abate registado nos bovinos (+12,2%), ovinos (+19,3%) e caprinos (+50,0%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 31 306 toneladas, o que representou um aumento de 6,0% (-0,4% em abril), devido ao maior volume de abate de galináceos (+10,2%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango cresceu 1,5%, com uma produção de 26 432 toneladas (+11,2% em abril), resultante do aumento significativo do peso médio dos animais, já que em número de cabeças se registou um decréscimo de 5,1% (+10,6% em abril).
A produção de ovos de galinha para consumo apresentou um volume superior em 17,9% (+16,8% em abril), situando-se nas 10 032 toneladas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 171,5 mil toneladas, o que representou um decréscimo de 2,7% (-2,5% em abril). Os produtos lácteos registaram uma diminuição de 6,1%, (-2,6% em abril), devido às reduções ocorridas no leite para consumo (-9,7%), manteiga (-5,7%) e leite em pó (-10,0%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 18,5% (-29,0% em abril), justificado pela maior captura de peixes marinhos (nomeadamente carapau e sardinha), bem como de moluscos e crustáceos. Às 12 570 toneladas de pescado correspondeu uma receita de 33 930 mil euros, valor que representou um aumento de 30,6% (+0,7% em abril). O preço médio do pescado descarregado foi 2,55 Euros/kg, ou seja, um aumento de 9,2% (+43,1% em abril).
Preços e índices de preços agrícolas
Em junho de 2022, as variações mais significativas, em módulo, no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas nos ovos (+51,6%), hortícolas frescos (+37,0%), ovinos e caprinos (+22,5%), aves de capoeira (+22,0%), batata (+20,8%), azeite a granel (+18,4%) e bovinos (+18,1%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos hortícolas frescos (+12,6%), batata (-25,1%), plantas e flores (-8,6%) e ovinos e caprinos (-6,9%).
Em março de 2022, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou uma variação positiva de 35,4% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) aumentou 7,9%. Relativamente ao mês anterior, assistiu-se a aumentos de 3,1% e 3,0% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente e no índice de preços de bens e serviços de investimento, respetivamente.
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O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.