João Camargo, da Climáximo, alerta para a falta de prevenção de fogos florestais a nível europeu e para o risco de grandes incêndios ocorrerem de forma mais recorrente do que o esperado.
Em declarações à CNN Portugal, o especialista em incêndios fala ainda da falta de adaptação por parte dos países europeus, sobretudo os do sul, que agora estão mais facilmente à mercê de grandes fogos em curtos espaços de tempo.
“De cinco em cinco anos há condições para arder áreas gigantescas em cada país”, alerta.
A nível europeu, diz João Camargo, “a falha principal é a falta de preparação e de adaptação dos territórios, em particular no sul da europa, no Mediterrâneo”.
“A falta de preparação das espécies que estão a compôr a floresta e do próprio sistema de propriedade da floresta, muitas vezes totalmente desconectado, foi desenhado e registado noutro tempo, em que o período de incêndio era real, mas mais espaçado no tempo, de vinte em vinte anos”, explica.
Embora não esteja previsto um aumento considerável da temperatura nos próximos dias, João Camargo admite que é importante manter a vigilância e apostar sempre na prevenção.
“O que temos a esperar nos próximos anos é um agravamento da situação, estamos a falar de um aumento dos incêndios por década de 4%. Estamos a falar de um aumento da área ardida que pode chegar aos 50% mais em cada década”.