Portugal está a atravessar uma seca extrema e a redução do caudal dos rios é cada vez mais visível.
Em Santarém, há zonas em que já é possível atravessar o leito do rio Tejo a pé. Para agricultores, pescadores e empresários ligados ao setor balnear, a situação é cada vez mais preocupante.
Há um século que Portugal não enfrentava um ano de seca tão severa e nunca antes o nível da água do rio Tejo tinha estado tão baixo: no distrito de Santarém, em alguns locais, já é possível atravessar para a outra margem a pé. E quem depende do rio para o sustento está preocupado.
Mesmo em pleno verão, aquela zona ribeirinha costuma estar coberta de água. Mas Santarém integra as zonas do país mais afetadas pela seca severa e o caudal do rio Tejo esta a diminuir de tal forma que, por vezes, mais parece um riacho.
“Como é que é possível que este rio possa ter vida? Olhando para a corrente diria que é uma ribeira normal aqui no conselho de mação. Um cenário muito difícil de aceitar”, lamentou Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação.
As alterações climáticas, a retenção de água nas barragens e a gestão do consumo ameaçam a sobrevivência daquele que é o maior rio da Península Ibérica.
“Seria bom que o Governo e os organismos oficiais pusessem transparência neste processo e dissessem quais os contratos de concessão que temos aqui, quais as limitações, qual o caudal ecológico. Há aqui uma falta de gestão, falta um plano de água sério e consistente para Portugal”, disse Luís Seabra, da Associação de Agricultores do Ribatejo.