Este ministro não é uma nulidade ! – Roberto Mileu

Com o devido respeito para com o Senhor Professor Marcelo Rebelo de Sousa eu, Alentejano que de Direito nada percebe ( além do direito à livre associação, à livre filiação, à livre opinião, ao voto e à indignação ), não concordo com ele quando afirma que ” este ministro é uma nulidade “.

– Provou que não o era, ao descer de Bruxelas ( eventualmente por obra, graça e como compensação de serviços prestados a outrém nos imensos corredores de Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo ), para pôr um estado-membro na ” ordem “, infelizmente o nosso, de acordo com os ” superiores interesses ” de quem lhe pagava

– Provou que não o era, ao pôr contra ele, primeiro os Técnicos e Funcionários do Ministério, depois os Agricultores e Pescadores, a seguir as Associações e as Confederações e, ( pior ainda ) pôr a opinião pública urbana contra ” todos ” os Agricultores do nosso País

– Provou que não o era, ao suspender, ” em nome de mil grandes beneficiários, segundo ele ” o pagamento das Agro-ambientais a 26 000 Agricultores

– Provou que não o era, ao cortar a ajuda à electricidade verde, argumentando com piscinas e outras coisas, numa verificação seleccionada de uns poucos casos que lhe deram 46 % de incumprimentos ( percentagem essa que depois teve de baixar )

– Provou que não o era, ao mandar investigar quanto recebiam da PAC algumas Figuras proeminentes ( ex ou actualmente com cargos relevantes ) de quem não gosta, chegando a dizer que ” o … recebe de ajudas da PAC mais que eu como ministro ”

– Provou que não o era, ao mandar investigar as principais localizações das explorações que beneficiavam dos apoios para o combate à lixiviação de solos e aquíferos

– Provou que não o era, ao cortar 18 das 21 Medidas Agro-ambientais

– Provou que não o era, ao excluir o Leite, os Cereais, a Bovinicultura, a Suinicultura e a Caprinicultura dos Sectores/Fileiras Estratégicas e Prioritárias no ProDeR ( Programa de Desenvolvimento Rural 2007 – 2013 )

– Provou que não o era, ao garantir publicamente, em face dos incompreensíveis atrasos na implementação do ProDeR, que bastava aos Agricultores guardar as facturas e recibos desde 1 de Janeiro de 2007, que quando abrissem as candidaturas essas despesas seriam elegíveis ( transformando depois essa elegibilidade geral em apenas para os investimentos que ” ainda estivessem em curso ” )

– Provou que não o era, ao reduzir as ajudas à instalação de Jovens Agricultores de ” até 55 000 euros ” para ” até 40 000 euros “, embora as primeiras viessem publicitadas e divulgadas em documentos oficiais do Ministério

– Provou que não o era, ao criticar e menosprezar uma concentração de Agricultores no Porto por ocasião do Conselho Agrícola e, ao mandar investigar, sabendo que seriam cerca de 6 000 Agricultores, mudou de agulha na véspera e no próprio dia, passando a afirmar nos meios da Comunicação Social que ” a concentração e os seus objectivos eram benvindos, ajudariam até e reforçariam a sua posição negocial perante Bruxelas ”

– Provou que não o era, ao ofender Confederações e Dirigentes Associativos, talvez ressentido porque, na área política de cujo governo faz parte, não haver nem implantação nem influência que se conheça a nível de Organizações Agrícolas

– Provou que não o era, ao, eventualmente, mandar investigar as ” simpatias ou tendências políticas e partidárias ” de Dirigentes Associativos ( defeituosa ” investigação “, já agora, e falo pela Confederação a que me honro de pertencer, visto que nos seus Órgãos Sociais estão independentes, simpatizantes de esquerda, do centro e de direita e até dois reverendos sacerdotes/agricultores )

Por todo este conjunto de razões ( e mais há … ), não posso concordar com a afirmação do Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa de que ” este ministro é uma nulidade ”

ESTE MINISTRO NÃO É UMA NULIDADE !
ESTE MINISTRO É OUTRA COISA …

Roberto Mileu
Dirigente Associativo Agrícola Regional ( Alentejo ) e Nacional ( CNA ),
que subscreve este artigo única e simplesmente a título pessoal .

Um Tal Banco de Terras (e os Jovens e Pequenos Agricultores) – Roberto Mileu


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