O incremento no movimento associativo reflecte uma mudança na atitude dos proprietários florestais ao nível da sua organização e contribui para ajudar a ultrapassar o problema estrutural do minifúndio, o que permite: 1) constituir unidades de gestão com dimensão suficiente para uma gestão florestal racional e sustentável; 2) reduzir o isolamento técnico e económico da actividade florestal; 3) conferir maiores poderes negociais aos produtores e 4) contribuir para a revitalização do meio rural.
As Organizações de Produtores Florestais (OPF) têm sido, ao longo dos últimos anos, um importante elemento de ligação à população rural, sendo mesmo o verdadeiro e único instrumento de “extensão rural” que Portugal tem para as suas florestas.
Como se pode ver no gráfico, tem havido um crescente movimento associativo, e com distribuição ao longo de todo o país – ver mapa das OPF filiadas na Federação dos Produtores Florestais de Portugal.
Porque devem os cidadãos de Portugal, detentores de áreas florestais, recorrer aos serviços das OPF?
Porque são entidades que representam os interesses e motivações dos seus proprietários florestais associados, e não têm paralelo na representação e actuação nas áreas florestais em Portugal;
Porque prestam um leque de serviços e aconselhamento técnico especializado, ao longo de todo o mundo rural Nacional
Porque conhecem e dominam a realidade regional da sua área de intervenção, sendo considerados parceiros e agentes indiscutíveis em todas as acções e projectos e acções de desenvolvimento regional.
Mas o que é uma organização de produtores florestais (OPF)?
A OPF são maioritariamente entidades sem fins lucrativos, constituídas pelos seus membros proprietários florestais espalhadas por todo o país.
Estas entidades têm pelo menos um técnico com formação superior, florestal ou em ciências agrárias, e muitas delas possuem equipes de sapadores florestais que prestam serviços especializados de limpeza da floresta, prevenção de incêndios e vigilância.
De uma forma geral, os serviços das OPF incluem:
– Apoio técnico e de gestão das áreas florestais e agro-florestais (diagnóstico de pragas e doenças, levantamentos com GPS, elaboração, implementação e acompanhamento de planos de gestão / defesa da floresta, avaliação de material lenhoso e qualidade da cortiça, entre outros);
– Serviços de informação sobre os serviços florestais da região, empreiteiros florestais, venda de plantas, adubos, etc.;
– Serviços de centralização de informação sobre áreas florestais a corte;
– Recolha de informação actualizada sobre preços de matérias florestais que se praticam na zona, madeira, cortiça, etc.;
– Apoio na relação com entidades públicas locais;
– Apoio técnico num conjunto de instrumentos de valorização das áreas florestais, tais como a certificação florestal;
– Aconselhamento técnico em questões ligadas a instrumentos de protecção das florestas, como as questões do nematodo, processionária, incêndios florestais;
– Formação e equipamento que permite fazer avaliações correctas da quantidade e qualidade da matéria-prima nas áreas florestais;
– Conhecimento intrínseco dos mecanismos financeiros públicos existentes.
As associações têm relações privilegiadas com os agentes regionais e muitas delas possuem capacidade de gestão das áreas dos seus membros, que permite a que um proprietário que não more perto das suas propriedades nem tenha conhecimentos de gestão florestal, possa realizar uma gestão profissional através destas organizações locais com conhecimento e equipamento adequado para o fazer, apenas através de um mail ou um telefonema.
Recentemente, a Federação dos Produtores Florestais tem recebido grande número de telefonemas com pedidos de informações sobre serviços de acompanhamento florestal e valores de mercado da matéria prima pelo consideramos importantíssimo dar a conhecer estes serviços ao dispor dos cidadãos portugueses que têm um papel tão importante e tão pouco conhecido.
Neste sentido, vimos divulgar junto dos Proprietários Florestais que podem dispor de um serviço profissional, qualificado e in loco para apoio às suas áreas florestais junto da Organização de Produtores Florestais da sua região, à distância de um telefonema ou um mail, (mais informações em www.fpfp.pt – Associadas).
Susana Brígido
FPFP – Federação dos Produtores Florestais de Portugal
A Certificação Florestal como mecanismo de valorização dos produtos florestais – Susana Brígido