O actual (e suposto) ministro da Agricultura é o que é, vale o que vale… Entre outras coisas, poderemos considerá-lo um eurocrata formatado pelo sistema vigente (ao serviço das multinacionais do “agro-negócio”…) e com um tirocínio de muitos anos nas “estufas” de Bruxelas. Entretanto, por cá, apurou o sentido de propagandista, aliás bem dentro da escola do actual (des)governo…
Já com quatro anos e meio como (des)governante, mesmo assim, o (suposto) ministro da Agricultura ainda não “conseguiu” interpretar o Portugal profundo e as necessidades das suas Gentes. Mas também como poderá ele percebê-lo, ao nosso Portugal profundo, se ele não quer nem vê-lo nem ouvi-lo? Sim, o actual (e suposto) ministro da Agricultura continua, teimosa e irresponsavelmente, a negar a grave crise que vivem a Agricultura e o Mundo Rural Português. E o mesmo faz o (des)governo…
Porém, cá fora, os Agricultores sofrem para sobreviver.
Mas, atenção: – não se rotule o homem como “incompetente” antes de se definir os critérios para uma tal avaliação… Aliás, ele pode mesmo é ser considerado como um dos mais “competentes” ministros a aplicar os grandes objectivos políticos e programáticos do actual (des)governo. A saber :
– Foi o primeiro e mais “eficaz” ministro a aplicar o PRACE e a atirar para as prateleiras e para desocupação com mais de 4 000 funcionários públicos do Ministério da Agricultura (e isto sem se preocupar com as graves consequências da medida quer para os Funcionários atingidos directamente quer para a Lavoura…);
– Foi dos ministros que mais contribuiu para a redução do défice do Orçamento de Estado, a pontos do actual (des)governo, após mais de quatro anos de (des)governação ( fez quatro anos em Março), não ter pago um único euro por novos projectos de investimento da iniciativa dos Agricultores e da Lavoura (o que significa um recorde lamentável e mais dificuldades para os Agricultores…);
– Continua a afirmar, contra todas as evidências, que a Agricultura não está em crise e que os Agricultores nunca receberam tanto dinheiro como ultimamente (assim procurando voltar a opinião pública contra os Agricultores);
– Proclama que o Sector Leiteiro Nacional é “competitivo” enquanto permite a enxurrada de importações de leite – sobretudo através das “marcas brancas” das grandes superfícies comerciais – que estão já a ameaçar “de morte” a Produção Leiteira Nacional e a própria Indústria Nacional de Leite e Lacticínios (mas não toma as medidas que a crise da fileira exige serem tomadas);
– De repente, após tantos exemplos de atraso nos pagamentos de todos os tipos de Ajudas da PAC, este (suposto) ministro da Agricultura e este (des)governo aí estão na propaganda eleitoralista utilizando os dinheiros públicos ao anteciparem para a primeira quinzena de Setembro ( as eleições são a 27…) – como anunciam aos Agricultores via SMS – o pagamento de algumas dessas ajudas da PAC que normalmente seriam pagas em Dezembro…
Portanto, o (suposto) ministro da Agricultura de Portugal é “competente” a fazer propaganda e a executar as políticas decretadas pelo seu (des)governo e pela União Europeia; e é objectivamente incompetente (ou nem sequer se interessa…) quando se trata de definir e aplicar políticas que de facto apoiem a Agricultura, o Mundo Rural Português e os nossos Agricultores. E, afinal, o mesmo é válido para o (des)governo no seu todo.
Por isso, também poderemos considerar como “incompetentes”, na avaliação que do (suposto) ministro da Agricultura fazem, certos políticos “sazonais” e um ou outro comentador televisivo (dito “de referência”)…
João Dinis
Será que somos “bruxos” ? Ou estes (des)governantes afinal são muito previsíveis?… – João Dinis