Altos funcionários das Américas e África sublinharam a importância de impulsionar a cooperação em ciência e tecnologia na agricultura para avançar no sentido do desenvolvimento sustentável em ambos os continentes.
O objetivo passa pela criação de “iniciativas em ciência, tecnologia e inovação que possam contribuir para a transformação dos sistemas agroalimentares respondendo a duas grandes questões: segurança alimentar e alterações climáticas”, disse à Lusa o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (SDI/MAPA) do Brasil, Cléber Soares.
“O Brasil já contribui na segurança alimentar e também para a segurança no mundo. O Brasil hoje já produz alimentos para abastecer o equivalente a 800 milhões de pessoas”, quatro vezes a população do Brasil, frisou.
Para o responsável brasileiro, existem “muitas oportunidades nestas matérias, não só com os países luso-africanos, mas também da África como um todo”.
O evento, organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Agência de Desenvolvimento da União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (AUDA-NEPAD) e a Aliança para uma Revolução Verde em África (AGRA) reúne na Costa Rica ministros, vice-ministros e altos funcionários da agricultura, ambiente e ciência e tecnologia de 40 países.
O objetivo da reunião é reforçar a cooperação entre as Américas e África para enfrentar os desafios à segurança alimentar global.
Outra das conclusões do evento é que ambas as regiões podem cooperar com o objetivo de criar setores agrícolas homogéneos, produtivos, sustentáveis e inclusivos que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
o diretor executivo do Fórum para a Investigação Agrícola em África (FARA), Oseyemi Olurotimi Akinbamijo, comentou que a pandemia de covid-19 demonstrou a importância da ciência, tecnologia e inovação para o bem-estar da população.
“O progresso neste campo é necessário não só para recuperar desta crise e de crises futuras, mas também para enfrentar outros desafios globais como a pobreza, desnutrição, doença, insegurança alimentar, iniquidade, alterações climáticas e muitos outros”, disse.
Os participantes na Cimeira identificaram áreas prioritárias para a aplicação da ciência, tecnologia e inovação que devem incluir as culturas, o gado e a produtividade agrícola atual, a gestão da produtividade e a gestão da agricultura de precisão e digital.
A cimeira é apoiada por organizações multilaterais de empréstimo, cooperação e setor privado como a Bayer, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Grupo do Banco Mundial, Microsoft, Rabobank, Syngenta e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).