Maioria dos apoios ao biológico em Portugal vai para pastagens que não garantem produtos biológicos

Os subsídios são dados por hectare e não obrigam a que o produto final seja certificado, mas colocam o país mais próximo das metas da UE.

A área agrícola biológica em Portugal está a crescer, tendo nos últimos dois anos passado de 322 mil hectares, ou seja, 9% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU, num total de 3900 mil hectares) para perto dos 16% (637 mil hectares), se tivermos como base os dados das candidaturas do Pedido Único 2022 ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), ainda não vertidos para os números oficiais. Esta área junta os regimes em conversão e os já certificados.

Segundo dados de 2020 da Direcção-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, cerca de dois terços da área agrícola biológica é ocupada por pastagens, que recebem os apoios financeiros para biológico, mas cujo resultado final não se traduz necessariamente num produto “bio” certificado. Ao contrário das culturas permanentes, as pastagens têm uma gestão mais fácil e com menos riscos de perdas de produção. Mas a questão levanta alguma polémica.

Isabel Dinis, agrónoma e responsável pelo projecto Divulgar Bio, questiona os apoios a pastagens quando “não somos capazes de produzir todos os hortícolas e frutícolas biológicos que consumimos” e temos de recorrer à importação para suprir as necessidades do mercado. “Fazer pastagens […]

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