O estado de alerta especial vermelho entrará em vigor na terça-feira nos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu, disse hoje o ministro da Administração Interna, anunciando o reforço da fiscalização pela GNR e pelas Forças Armadas.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião, por videoconferência, com membros de outras áreas governativas para avaliar as condições meteorológicas e do risco de incêndio, José Luís Carneiro referiu que foi decidido “manter o nível de risco e de perigosidade nos termos em que vinha sendo feito até ao dia de hoje”, tendo já ficado agendada uma reavaliação para quarta-feira.
“Está previsto para terça-feira, devido ao aumento do risco de incêndio, que a Autoridade Nacional Emergência e de Proteção Civil venha a determinar a implementação do estado de alerta especial vermelho para os distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu e para aqueles em que se vier a julgar necessário em função das alterações meteorológicas”, anunciou.
Sobre este nível de alerta para estes quatro distritos, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, explicou que vai aumentar aquilo que é a capacidade de ação e reação às ocorrências do dispositivo, “quer seja no ataque inicial, quer seja também naquilo que é o ataque ampliado”, sendo ainda reforçadas as ações de vigilância nestes territórios.
Outra das decisões que foi tomada na reunião de hoje foi o reforço da “fiscalização e do patrulhamento dissuasores por parte da GNR, mas também das Forças Armadas”, acrescentou o ministro, referindo que “hoje mesmo seguirá esse pedido por parte da GNR”.
“A Guarda Nacional Republicana e a Polícia Judiciária detiveram até agora 98 responsáveis por aquilo que são causas que atentam contra a legalidade democrática. Alguns deles encontram-se em investigação mais aprofundada, mas foi possível promover a sua detenção na medida em que há factos que apontam para a origem criminal de uma parte desses incêndios”, disse ainda.
Avisando que a seca extrema se deverá manter até setembro, José Luís Carneiro deixou claro que permanece a proibição do uso de fogo e máquinas nos locais de risco muito elevado e máximo “porque aí reside uma parte do perigo de incêndio que tem vindo a ser detetado” no estudo das causas dos fogos.
“Hoje foram 80 incêndios aos quais foi necessário dar uma resposta. Mantêm-se os níveis de eficácia que conhecíamos na semana anterior, na ordem dos 90% os incêndios que são controlados e debelados até aos 90 minutos”, adiantou ainda.
O ministro da Administração Interna afirmou também que os meios da Proteção Civil estão “em estado de prontidão e preposicionados para fazer face aos territórios onde a perigosidade é maior”.
José Luís Carneiro aproveitou estas declarações para “agradecer às populações pela forma tão cívica e tão solidária como têm reagido a estes momentos mais difíceis”, uma palavra de gratidão que endereçou também aos autarcas, bombeiros e a todas as forças da Proteção Civil.