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Ucrânia: ONU vai transportar 30.000 toneladas de trigo ucraniano

O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou hoje que o Programa Alimentar Mundial (PAM) vai fretar um navio para transportar 30.000 toneladas de trigo ucraniano que pretende adquirir para responder à crise alimentar global.

A organização aproveitará o desbloqueio dos portos da Ucrânia na sequência do acordo entre Kiev e Moscovo impulsionado pelas Nações Unidas e apoiado pela Turquia, que hoje permitiu a saída da primeira embarcação com cereais em direção ao Líbano, um país muito dependente de importações cerealíferas.

Guterres definiu esta medida como um “enorme contributo coletivo” das quatro partes e sublinhou que “dá esperança a milhões de pessoas em todo o mundo que dependem de um bom funcionamento dos portos ucranianos para alimentar as suas famílias”.

Em declarações aos ‘media’, o chefe da ONU sublinhou que este será o primeiro de muitos navios prontos a sair dos portos ucranianos do Mar Negro e que deverão ajudar a estabilizar os mercados globais de alimentos.

Segundo Guterres, as exportações de cereais ucranianos, associadas a uma venda sem entraves de produtos alimentares e fertilizantes russos, ajudará a responder à atual crise alimentar.

Neste contexto, inclui-se o plano do PAM para comprar trigo ucraniano e transportá-lo num navio fretado pela ONU, com os detalhes a serem fornecidos pela agência nos próximos dias.

O primeiro carregamento de 26.000 toneladas de cereais ucranianos deixou o porto de Odessa esta manhã, tal como previsto nos termos do acordo internacional com a Rússia, assinado em Istambul em 22 de julho.

A Rússia e a Ucrânia assinaram acordos separados com a Turquia e as Nações Unidas, abrindo caminho para a Ucrânia – um dos principais ‘celeiros’ mundiais – exportar 22 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas que ficaram retidos nos portos do Mar Negro devido à invasão da Rússia.

Os acordos também permitem à Rússia exportar cereais e fertilizantes, enquanto prosseguem operações de desminagem nas águas dos três portos selecionados, com a supervisão da Turquia e de uma equipa de peritos de diversos países.


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