Na 7ª edição dos “Indicadores da Fileira do Pinho”, o Centro PINUS divulga os principais dados que retratam a atualidade deste setor florestal e os seus principais agentes.
Desde 2015 que o Centro PINUS recolhe e disponibiliza com consistência os principais dados que retratam a atualidade do setor florestal e da Fileira do Pinho.
Começamos pelo paradoxo que define a Fileira do Pinho – o desfasamento entre a tendência dos indicadores florestais e industriais foi particularmente evidente durante 2021. Assim, ainda que o crescimento de plantas certificadas tenha sido o maior dos últimos anos, com a certificação de 4,7 milhões de plantas – teria sido necessária a plantação de 10 milhões de plantas para evitar a perda de área de pinheiro-bravo.
O investimento público em gestão florestal continuou praticamente reservado às situações em que existe escala territorial e, apesar da área em ZIF ter aumentado em 9%, verificou-se que esse crescimento se concentrou nas regiões do país onde a dimensão média da propriedade é maior, ou seja, no Alentejo e LVT, que, em conjunto, agregaram 60% da área nacional em ZIF.
As exportações da Fileira do Pinho alcançaram um valor recorde de 2,2 mil milhões de euros em 2021, com um aumento de 25%, em relação a 2020. Esta evolução superou ligeiramente a tendência nacional, em que as exportações de bens aumentaram 18% no mesmo período.
Estes resultados da Fileira do Pinho revelam a recuperação de vendas ao exterior relativamente a 2020, em que se assistiu a uma diminuição de 140 milhões de euros (-7,5%). Para este crescimento contribuiu o contexto de aumento da procura de madeira e da resina natural como materiais sustentáveis, o aumento generalizado dos preços e o crescimento do mercado de construção e DIY (do-it-yourself).
Em coerência com o aumento das exportações, a produção industrial da maioria dos produtos à base de pinheiro-bravo aumentou em 2021. Mas, o aumento do consumo de rolaria foi de apenas 1,3% face a 2020, com a serração a ser o subsector com maior crescimento absoluto de consumo face a 2020, com um incremento de 7% e os painéis com um aumento de 14%. Este facto foi uma evidência do défice estrutural de madeira, isto é, o dependente da quantidade disponível para corte na floresta, que se estimou ter representado 57% do consumo industrial em 2021.
O segundo semestre de 2021 foi marcado por se ter tornado particularmente evidente o défice estrutural de madeira, tendo-se verificado um aumento da cotação da madeira e da resina, tendência que se prolongou em 2022 e se intensificou, particularmente, depois do início da guerra na Ucrânia.
A incorporação crescente de reciclados como matéria-prima é uma dinâmica de economia circular que contribui para atenuar o efeito do défice de madeira nos setores de painéis e papel de embalagem. Em 2021 verificou-se um aumento de 19% do consumo de resíduos de madeira e de 2% no papel e cartão reciclados por empresas da Fileira do Pinho.
Recordando a diversidade e a complexidade da Fileira, verificam-se sempre exceções a estas tendências genéricas.
Aqui deixamos o desafio para que descubra as diferenças, lendo aqui a edição completa.
Fonte: Centro PINUS