Instada pelos jornalistas, ontem, dia 10 de agosto, à margem de uma visita a uma unidade de produção de citrinos no Morgado da Torre, em Portimão, a responder a críticas efetuadas pela CAP sobre a inexistente resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e da alimentação animal, a Ministra da Agricultura respondeu da seguinte forma:
“É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista”.
Estas declarações são perplexizantes.
A campanha eleitoral terminou a 30 de janeiro. Há mais de seis meses!
E o que tem a campanha eleitoral a ver com a falta de pagamentos aos agricultores? E com a ausência de medias de apoio à seca?
A ministra não paga aos agricultores, e adia decisões, por retaliação política à CAP?
Apelamos ao escrutínio do verdadeiro sentido e significado destas declarações. Não cederemos um milímetro a este bullying político e continuaremos a ser a voz de defesa agricultores sempre e em todas as ocasiões.
A resposta dada à pergunta do jornalista, totalmente extemporânea à pergunta feita, e proferida com tanta determinação, indicia que a mesma estava já ensaiada. Maria do Céu Antunes quis mesmo dizer o que disse. Deve explicar porquê.
São declarações que, parecem-nos, são pouco saudáveis num Estado de Direito Democrático. E que têm que ser explicadas.
No decurso da campanha eleitoral (17 de janeiro), a CAP, num exercício de liberdade de manifestação de pensamento, e na defesa dos interesses que legalmente e legitimamente representa, apelou à rejeição de voto no PS e de todos os partidos que tivessem a intenção de coligar-se com o PAN ou com todos os partidos anti- agricultura e anti Mundo Rural.
Foi um apelo efetuado num contexto político próprio, que não visou o PS em exclusivo, mas sim todos os partidos políticos que abrissem a possibilidade de diálogo pós- eleitoral, tendo em vista soluções de governo, com partidos que são contra a agricultura.
Imediatamente após os resultados das eleições legislativas de 30 de janeiro, a Direção da CAP felicitou, por escrito e em comunicado, o Partido Socialista (PS) pelos resultados eleitorais obtidos, destacando que “um grande resultado eleitoral implica uma grande responsabilidade política”.
Estará Maria do Céu Antunes, com este ataque gratuito e extemporâneo, à altura dessa responsabilidade?
Fonte: CAP