Há fogo no Parque – Carlos Pinto

O governo, distante do terreno, vai emitindo sons de compreensão e lamento que prenunciam apenas a continuidade no próximo ano do mesmo e mais…

O mesmo Estado vigilante que se levanta contra as simples obras de substituição da caixilharia na habitação secular de uma família pobre residente há anos no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), falhou na protecção do essencial.

O mesmo Estado que leva a tribunal o autarca que questionou o parecer  do PNSE recusando a reconstrução de um “palheiro” de apoio a um pastor.

Este Estado, é o mesmo que impede o crescimento urbano de freguesias rurais, plenamente integradas no parque, sem áreas de expansão nos planos territoriais, tudo para “defesa” da intocabilidade do Parque…

Estado este que quando chega a tragédia, exibe os bombeiros e as suas vicissitudes no relato dos acontecimentos e esconde os secretários de Estado e ministros responsáveis como se o tema fosse o do combate e não da prevenção, como se a responsabilidade fosse da agulheta e não da política ou das políticas governamentais.

No final, parece quererem convencer-nos de que nada há a fazer … mesmo quando o governo não tem feito outra coisa que queimar milhões no fogo: dos 500 milhões para o sistema de transmissões até ao contencioso contratual com hélis e aviões…

O governo, distante do terreno, vai emitindo sons de compreensão e lamento que prenunciam apenas a continuidade no próximo ano do mesmo e mais …

A expressão do primeiro-ministro, apertado pela comunicação social e interrogado sobre a falência de uma sistema que permitiu as negligências e eventuais crimes em Pedrogão, Leiria , Monchique e agora Serra da Estrela, limitou-se a externalizar a situação portuguesa, declarando “Há outros fogos na Europa”.

Ora, não consta, que Portugal tenha cedido as suas competências em matéria de gestão florestal à Europa, (até existe (???) um […]

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