O presidente do PSD defendeu, na sexta-feira à noite, que se avance de “uma vez por todas” para uma reforma da floresta e, assim se evite ano após ano, o “flagelo” dos incêndios.
“Aquilo que o país precisa, que Portugal precisa, é que nós não estejamos como estamos há 15 ou 20 anos a dizer o mesmo e todos os anos a acontecer o mesmo. Isto é, de uma vez por todas, possa haver uma reforma da floresta e um aproveitamento económico da floresta porque se a floresta for tratada é mais fácil prevenir este tipo de episódios [incêndios]”, afirmou Luís Montenegro na Romaria da Nossa Senhora d`Agonia, em Viana do Castelo, onde se cruzou com o Presidente da República, que também marcou presença na festividade.
Para o social-democrata, tem de haver uma coordenação com o povoamento do território e com as políticas que estimulam a atividade económica nesse território.
Mostrando-se “muito preocupado” com os incêndios que lavram no país, Luís Montenegro frisou que, enquanto está nesta romaria, há pessoas em “grandes dificuldades” e a travar uma “luta desigual”.
O “flagelo” dos incêndios tem sido “infelizmente” repetido ano após ano, salientou o líder do PSD.
“Ano após ano, o país não tem conseguido suster algumas destas demonstrações que, infelizmente, todos os anos acontecem de incapacidade de lutar contra todo este flagelo”, frisou.
Quanto às medidas anunciadas hoje pelo Governo, nomeadamente ao facto de ter decretado a situação de alerta de domingo a terça-feira, Luís Montenegro entendeu que elas se “compaginam” com a atual situação.
Contudo, acrescentou, o problema não são as medidas que se tomam dois ou três dias antes de um pico do calor num ano de seca extrema.
Reafirmando a necessidade do país avançar para uma reforma da floresta, o social-democrata defendeu ainda um “pacto nacional que unisse partidos, populações, autarcas, instituições, universidades, associações ambientalistas e de agricultores”.
Mas depois, ressalvou, há ainda a responsabilidade de quem tem o poder executivo e define e executa as políticas.
E, portanto, o papel da oposição é escrutinar, fiscalizar e denunciar os erros da governação, seja em que circunstância for, vincou.
Luís Montenegro referiu que não é o Governo, nem o Ministério da Administração Interna que está, neste momento, a combater os fogos.
Por isso, deixou uma palavra de gratidão a todos os operacionais e populações que estão a tentar proteger o que é passível de ser protegido.
“Nós temos muito respeito pelas dificuldades que toda a gente passa, mas infelizmente quem está a viver essas dificuldades são as populações atingidas, são os bombeiros, são os militares e são as populações que se estão a dedicar no terreno ao combate sem tréguas”, concluiu.