Octávio Ferreira

O aeroporto de Lisboa e os incêndios – Octávio Ferreira

É evidente em ambos os casos a nossa incapacidade de decidir e de fazer, apesar de todas as comissões e grupos de trabalho sucessivamente criados que emitem pareceres, produzem relatórios, estudos, projetos, legislação e tudo o mais o que é necessário.

Ao ler-se o título deste artigo perguntar-se-á o que têm em comum o aeroporto de Lisboa e os incêndios que todos os verões devastam o país e a resposta é só uma: há mais de 50 anos que andamos para construir o aeroporto, o mesmo sucedendo relativamente à resolução do drama que representam os incêndios florestais.

Se sobre as razões de atraso na construção do aeroporto sei aquilo que o vulgar cidadão que pretende estar informado sabe, já sobre a problemática dos incêndios florestais sei algo mais em razão da minha formação académica e do meu percurso profissional.

Mas uma coisa é sobejamente evidente e comum a ambos os casos que é a nossa incapacidade, enquanto sociedade, de decidir e de fazer, apesar de todas as comissões e grupos de trabalho sucessivamente criados que emitem pareceres, produzem relatórios, estudos, projetos, legislação e tudo o mais o que é necessário para se decidir sobre os dois assuntos que, no entanto, continuam incomodamente adiados.

No virar da década de 60 para a de 70 do século passado, quando o interior do país começou a ficar despovoado e abandonado devido à emigração e à deslocação das pessoas em idade ativa para as grandes cidades onde procuravam melhores condições de vida, começou o aumento descontrolado da carga de combustível nos espaços rurais e a sua continuidade em grandes extensões, dada a dimensão e a sequência dos campos abandonados.

Passados uns anos integrámos a atual União Europeia e vieram abundantes subsídios que em determinada altura passaram, inclusive, a pagar a arborização de terrenos utlizados até aí em agricultura, dado que a então CEE era excendentária em produtos agrícolas e definiu políticas para redução dos seus excedentes.

Desse modo se apressou o aumento da carga de combustível nos nossos campos e se contribuiu para […]

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