A seca na Europa está a caminho de ser a pior dos últimos 500 anos

A seca e as temperaturas elevadas deverão continuar até Novembro na Península Ibérica. Uma conferência no âmbito da Semana Mundial da Água está a debater a seca na Europa, que terá cada vez mais episódios de seca e de ondas de calor.

A seca que está a assolar o continente europeu (e não só) deverá tornar-se a seca mais grave dos últimos 500 anos. “Esta seca parece ser pior do que a de 2018, que era a pior desde o ano 1500”, diz o investigador Andrea Toreti, numa resposta dada por email ao PÚBLICO. “A seca deste ano é mais intensa, persistente e afecta uma área muito maior” do que a de 2018, explica o cientista do Centro de Investigação Comum (JRC, na sigla em inglês) da União Europeia.

O cenário não é favorável e não se espera que a seca fique por aqui: “Em algumas zonas da Península Ibérica, esperam-se condições mais secas do que o normal para os próximos três meses.” Ainda assim, o investigador da Comissão Europeia acautela que a comparação deste ano ainda está em curso e que serão recolhidos mais dados.

Os cientistas europeus alertam que “a seca actual parece ser mais grave do que a de 2018 e, logo, a mais grave dos últimos 500 anos”. O ano de 1500 foi o ponto de partida de um estudo em que foi feita a reconstituição do paleoclima – o clima predominante de uma determinada altura do passado geológico – pelo Centro de Investigação Comum da União Europeia.

Essa análise foi feita para a seca de 2018, que foi “a pior até 2022”, refere Andrea Toreti. Nesta análise, os cientistas descobriram também que a seca do ano de 1540 foi quase tão “severa” como a de 2018 – além disso, as secas desta magnitude poderão tornar-se um “acontecimento comum” já a partir do ano de 2043.

Seca “ainda não chegou ao fim”

A seca na Europa é um dos temas debatidos numa conferência da Semana Mundial da Água (World Water Week 2022), que começou esta terça-feira e dura até 1 de Setembro. “Esta é certamente uma das piores secas e ainda não chegou ao fim”, resume ao PÚBLICO o cientista climático Valentin Aich, um dos oradores desta conferência.

A conferência hídrica será também híbrida: metade decorrerá em formato digital e outra metade de forma […]

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