O presidente da Câmara Municipal de Pinhel, no distrito da Guarda, defendeu hoje a construção de paredões em vários cursos de água do seu concelho para armazenamento e utilização de água na agricultura.
Rui Ventura disse hoje à agência Lusa que o município de Pinhel tem um conjunto de ribeiras, nas quais podem ser feitos paredões, ao longo do seu percurso, para armazenamento de água.
O autarca deu o exemplo da ribeira das Cabras e do rio Coa, onde “podem ser feitos paredões, e não barragens”, para ser feita a retenção de água e possibilitar a sua utilização, sobretudo para fins agrícolas.
“Este é o momento para ser feita esta avaliação e o município de Pinhel está disponível para dar o seu contributo”, afirmou.
Rui Ventura considerou, no entanto, que o Governo “tem uma responsabilidade acrescida e tem que ajudar os municípios a fazer este tipo de obra”.
Segundo o autarca, o concelho de Pinhel tem duas barragens, uma em Bouçacova, que é tutelada pelo Ministério da Agricultura, e outra em Vascoveiro, que pertence ao município e que é destinada ao fornecimento de água às populações.
O território concelhio é fornecido de água pela barragem do Caldeirão, no concelho da Guarda (fornece 20% da água consumida), pela barragem de Vascoveiro (que fornece 80%) e através da barragem de Bouçacova que, embora seja para fins agrícolas, abastece as localidades de Alverca da Beira e de Bouçacova.
O sistema de rega da cidade de Pinhel tem ligação ao rio Côa, indicou o responsável.
A seca prolongada no continente está a afetar as culturas, levou a cortes no uso da água e obrigou aldeias a serem abastecidas com autotanques.
Desde outubro de 2021 até agosto choveu praticamente metade do que seria o normal, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA colocava no final de julho 55,2% do continente em situação de seca severa e 44,8 em situação de seca extrema. Não havia nenhum local continental que estivesse em situação normal, ou em seca fraca ou mesmo em seca moderada.