“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”, escrevia Saramago. É assim que acredito que devemos encarar a atual situação de escassez de recursos hídricos, vivida um pouco por todo o país
As inegáveis alterações climáticas trouxeram consigo aumentos de temperatura e períodos de ausência de precipitação que, ano após ano, se revelam gradualmente mais impiedosos. Agravando esta situação, existe o risco de exaustar os recursos de água potável no subsolo – os nossos aquíferos –, e desta forma criarmos espaço para ocorrer a contaminação dos mesmos pela água do mar. A médio-longo prazo, este impacto é imensuravelmente pior. Precisamos impreterivelmente deste recurso.
Quando limites ao consumo são impostos, agricultores veem a sua atividade restringida, populações desesperam e a economia definha, há que ponderar: existem soluções? Sim. Falta capacidade de decisão para as implementar? Não acho que seja o caso; penso que é, antes de mais, requerido que a vontade política se alinhe com a indústria.
Para já, tomemos como exemplo a ecovila de Tamera, no sul do Alentejo. Esta comunidade replica técnicas antigas para recuperar os circuitos de água. A sua eficiência logística na utilização de água das chuvas permite-lhes, hoje, ter água em fontanários e pequenas lagoas onde anteriormente existia uma zona de seca profunda. Isto cria, consequentemente, um impacto positivo profundo em todo o ecossistema em redor.
Este caso de estudo do […]