Eucaliptal

ICNF exige remoção de eucaliptos em projeto de reflorestação em Pedrógão Grande

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) notificou a Associação de Produtores Florestais de Pedrógão Grande (APFlor) para arrancar eucaliptos ilegalmente instalados em projeto de reflorestação denunciado por ambientalistas em agosto, foi hoje anunciado.

Após as denúncias das associações ambientalistas Quercus e Acréscimo terem denunciado ilegalidades num projeto de reflorestação em Pedrógão Grande que envolvia a Celpa (Associação da Indústria Papeleira), o ICNF procedeu a uma vistoria ao local.

“Resultou da vistoria, a existência de factos numa parcela suscetíveis de constituir uma infração”, cuja contraordenação é punível por uma coima de 1.000 a 3.740 euros, afirmou o ICNF à agência Lusa.

A fim de repor a legalidade do projeto, a APFlor, a entidade promotora do projeto, “foi notificada para o arranque e remoção dos eucaliptos ilegalmente instalados na parcela onde apenas estava autorizada plantação de medronheiro”, frisou aquela instituição.

Ainda segundo o ICNF, foi levantado um auto de notícia àquela associação, que se “encontra agora em fase de instrução”.

A agência Lusa tentou obter uma reação junto da APFlor, mas sem sucesso até ao momento.

As associações ambientalistas Quercus e Acréscimo denunciaram no início de agosto uma alegada ilegalidade num projeto de reflorestação em Pedrógão Grande, onde terão sido plantados eucaliptos em área destinada a medronheiros (cerca de 4,6 hectares).

Após as denúncias, a APFlor demarcou-se de “qualquer ilegalidade” que possa ter sido cometida naquele projeto, intitulado “ReNascer Pedrógão”.

“A participação da APFlor, no âmbito deste projeto, passou por identificar as áreas suscetíveis de enquadramento no programa-piloto, promover e desenvolver ações de divulgação e de angariação de áreas junto dos proprietários de terrenos situados em áreas ardidas de eucalipto e em subprodução”, aclarou a associação, em comunicado enviado à agência Lusa, salientando que sempre se pautou “pelo estrito cumprimento das normas legais”.

Na quinta-feira, a Celpa afirmou, em comunicado, que não é “formalmente responsável pela manutenção das áreas em causa”, mas que solicitou ao ICNF que “desenvolva os procedimentos que considere necessários” para que a área abrangida seja “novamente espelho da legalidade que se impõe”.

A Câmara de Pedrógão Grande e a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) afirmaram que não estão associados ao projeto-piloto, ao contrário do que tinha sido dito pela Celpa.


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