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PAN pede fim da inércia e exige ação urgente na Serra da Estrela

Depois de um verão muito quente e seco, em que um incêndio de grandes dimensões consumiu cerca de 25% do Parque Natural da Serra da Estrela, com o regresso de episódios de chuva intensa deu-se o previsível: o arrastamento de terras e de detritos das zonas ardidas. Foi assim, pelo menos na freguesia de Sameiro, em Manteigas, que acordou hoje perante um cenário de destruição. Esta é uma situação para a qual o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) vem alertando o Governo desde agosto e apelando à tomada de ação urgente, sem qualquer tipo de resposta.

“A 12 de agosto o Pan deu entrada de uma iniciativa em que instou o Governo a desenvolver, precisamente, um plano de gestão de emergência para contenção da erosão dos solos e travar o arrastamento de terras das zonas mais sensíveis afetadas pelo incêndio. E o que foi feito? O resultado está aí e só tenderá a piorar com a chegada dos meses de chuva”, lamenta a porta-voz e deputada do PAN, Inês de Sousa Real.

Na mesma iniciativa, o PAN defendia ainda a promoção, em articulação com a comunidade científica, as organizações não-governamentais, as comunidades locais e os proprietários, de um plano de renaturalização da área ardida daquela área protegida, mas também de zonas não afetadas pelos incêndios, através da promoção de espécies autóctones como carvalhos, azinheiras ou freixos e plantas arbustivas. “Segundo os alertas de diversas associações ambientais, cerca de 1/4 do Parque Natural já tinha ardido entre 2017 e 2021. E o facto de esta zona não ter sido renaturalizada com floresta autóctone tornava expectável o risco de novo e grave incêndio. É, por isso, mais do que premente a sua renaturalização com recurso a espécies como carvalhos, azinheiras ou freixos e plantas arbustivas, que constituam barreiras naturais contra a propagação de incêndios, e a interdição da plantação de espécies não autóctones”, defende Inês de Sousa Real, que esteve recentemente em visita à Serra da Estrela.

Para o PAN, urge igualmente o reforço dos meios de fiscalização e de vigilância nesta e nas demais áreas protegidas, em linha aliás com as medidas inscritas no Orçamento do Estado de 2022, por via das propostas de alteração apresentadas pelo PAN e que mereceram aprovação parlamentar.

No entender do PAN, é preciso igualmente interditar a atividade cinegética em toda a área do Parque Natural da Serra da Estrela, com vista a garantir o seu mais rápido restabelecimento. Em termos sociais, o PAN já questionou igualmente o Governo sobre a disponibilização de apoios para fazer face aos estragos do incêndio, contudo, não obteve até à data qualquer resposta.

O PAN vai dar entrada de novas iniciativas, nas quais proporá a reintrodução de espécies selvagens e a criação de um programa de voluntariado para intervenção com vista à recuperação da zona ardida.

“Lamentamos esta aparente inércia e exigimos ação do Governo, que, aliás, deveria ter apresentado na semana passada o relatório dos prejuízos do incêndio na serra da Estrela e, não o tendo feito, tem, infelizmente, já novos prejuízos a somar, fruto dos estragos destas chuvas. A população não pode continuar sem apoios, assim como deve ser garantido o apoio à autarquia para robustecer o fundo de emergência social”, remata a porta-voz do PAN.

Fonte: PAN


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