A 3ª edição do Mondego Agrícola, realizada no passado dia 6 de setembro, teve como pontos altos as palestras e as demonstrações de máquinas, apesar dos ensaios demonstrativos de milho, arroz e batata terem despertado o interesse dos agricultores. Nas palestras, no painel I, O DR. Bruno Dimas do GPP apresentou, em linhas gerais, o novo quadro de apoio para o período 2023 a 2026 e o seu impacto na região do Baixo Mondego. Nas entrelinhas pode deduzir-se que a região vai ser perdedora, isto é, os agricultores vão perder rendimento. No painel II, O Eng. David Gouveia do GPP, Eng. Tiago Pinto da ANPROMIS e eng. Carlos Amaral da AOP, debateram o impacto da crise energética e da guerra da Ucrânia na evolução dos preços dos cereais.
Os setores mais representativos foram a exposição e demonstração de máquinas e a cultura do milho. As máquinas porque são transversais a todo o setor agrícola, desde a horticultura passando pelos cereais, fruticultura até ao setor animal. A cultura do milho porque encontrou no Mondego um ecossistema muito favorável que lhe permite exprimir o seu elevado potencial produtivo e a sua área tem vindo a aumentar em detrimento de outras culturas.
Numa análise global, o balanço é muito positivo, reuniu muitos agricultores, essencialmente locais, mas também de outras regiões do país. Pode dizer-se que é um evento à medida da região considerando os ensaios de milho, arroz e batata ajustados à região e as próprias demonstrações de máquinas com conjuntos adequados aos diferentes tipos e dimensões das explorações.
O formato atual do Mondego Agrícola está muito centrado na região, no entanto, tem potencialidades para crescer e tornar-se um evento de referência. Para os agricultores este evento é uma mais-valia, permite-lhes o contacto direto com muitos dos seus potenciais fornecedores e clientes e partilhar as suas experiências com os diferentes especialistas do setor. Por outro lado, o evento promove as potencialidades da região, reforçando a sua imagem de marca.
No Baixo Mondego as principais culturas são o milho, arroz e hortícolas para indústria, estando a surgir algumas áreas de hortícolas para fresco e alguma fruticultura nas zonas periféricas ao vale. Os custos dos fatores de produção subiram muito, colocando o custo dos cereais em valores muito elevados. A cultura do arroz é de todas a que mais dificuldades atravessa atualmente, para além dos elevados custos dos fatores de produção, acresce as dificuldades no controle das infestantes por falta de soluções herbicidas eficazes, colocando os Orizicultores muito vulneráveis, havendo mesmo o risco de perdas totais de alguns campos.