A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – promove as XI Jornadas de Alimentação Animal, na próxima quinta-feira dia 22 de setembro. A iniciativa tem lugar no Polo de Santarém do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV), num momento em que se colocam vários desafios no acesso a matérias-primas essenciais para a produção de alimentos para animais, colocando em causa o acesso das populações a uma alimentação em qualidade e quantidade adequadas. As matérias-primas continuam em alta face a 2021 e o setor está sob pressão para cumprir a agenda ambiental 2030 da União Europeia.
O Índice de Preços de Cereais da FAO teve em agosto uma média de 145,2 pontos, o que representa uma queda de 2,0 pontos em relação a julho, mas ainda 14,8 pontos acima do valor de agosto de 2021. Em agosto, os preços internacionais do trigo, por exemplo, caíram 5,1%, marcando o terceiro declínio mensal consecutivo, impulsionado por melhores perspetivas de produção, especialmente no Canadá, Estados Unidos da América e Federação Russa, além de maior disponibilidade sazonal, bem como a retoma das exportações dos portos do Mar Negro na Ucrânia, pela primeira vez em mais de cinco meses de interrupção.
É neste contexto – preços das matérias-primas ainda em alta, tal como aumento exponencial dos custos da energia – que o setor agropecuário nacional, no qual as empresas de rações estão inseridas, deve contribuir para o cumprimento dos objetivos europeus de redução de 55% das emissões de Gases de Efeito de Estufa. Para responder a este desafio as empresas produtoras de alimentos compostos para animais estão a implementar metodologias que permitam, numa primeira fase, fazer um diagnóstico preciso do impacto ambiental das suas produções e do efeito subsequente no impacto ambiental dos animais. Numa segunda fase serão definidos objetivos concretos de redução para cada subsetor agropecuário e os métodos de redução serão implementados.
As inovadoras formas de redução das emissões estarão em discussão na quinta-feira, dia 22 de setembro, no Polo de Santarém do INIAV.IP, discussão que se torna premente, tendo em conta a implementação dos regimes ecológicos a partir de janeiro de 2023, um mecanismo da Política Agrícola Comum (PAC) que visa compensar os empresários do setor pelo investimento adicional que é necessário fazer para implementar as novas metodologias, num contexto de guerra e de alta inflação.
Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, afirma que “são tempos muito desafiantes. Estamos convictos de que quem trabalha tendo como objetivo a eficiência e sustentabilidade, nomeadamente a nível ambiental, deve ser apoiado pelas políticas públicas, que o mercado não pode remunerar.”
José Romão Braz, Presidente da IACA, refere que “continuamos a investir onde é necessário investir, para responder aos desafios societais. Independentemente do contexto pelo qual estamos a passar, muito difícil, continuamos a dar às questões ambientais a relevância que merecem”.