Setor das carnes fala em situação “catastrófica” com aumentos de 500% nas faturas das energias.
A subida de preços das energias e a falta de algumas matérias primas estão a ter um grande impacto na indústria. Muitos setores temem despedimentos e falências por não conseguirem suportar a subida dos custos de produção.
Os gráficos não deixam grande margem para dúvidas: nos últimos meses, sobem as colunas da despesa que esta empresa de carnes tem em eletricidade e em gás. Os valores assustam também dezenas de empresas do setor, tais como matadouros, salas de desmancha e empresas de enchidos.
Algumas dessa empresas já enfrentam uma situação que a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes admite ser catastrófica. A associação e os empresários temem falências principalmente nas pequenas empresas do interior do país.
As dificuldades com o aumento dos custos de produção são transversais a quase todos os setores da indústria. Com a tarefa de produzir 100 mil pães por dia, esta panificadora decidiu apostar numa energia diferente: no ano passado, deixou de usar gás natural em alguns fornos, investiu em pellets.
Mas a previsão de poupança não se confirmou. Os pellets estão mais caros e agora também há escassez no mercado, o que tem obrigado a empresa a voltar ao sistema de gás natural e a pagar, em 2022, cerca do triplo do que pagava em 2021.
Apesar do aumento de custos com energias e fatores de produção, a panificadora garante que tem feito grandes esforços para não haver despedimentos entre os 170 colaboradores da empresa.