A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) revelou que o nível de biossegurança em explorações de suínos em Portugal encontra-se nos 72,4%. A conclusão é de um estudo promovido pela entidade em conjunto com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), a Sociedade Científica de Suinicultura (SCS) e a Faculdade de Medicina Veterinária (FMV).
Em comunicado, a FPAS informa que um questionário aplicado aos agentes económicos do setor da suinicultura serviu de base ao estudo. O inquérito permitiu fazer uma autoavaliação e revisão dos procedimentos.
“A biossegurança é a nossa única arma para impedir a entrada da Peste Suína Africana nas nossas explorações. A doença está erradicada no nosso país, mas teve impactos significativos na produção portuguesa nos anos 80. Desde então, Portugal e Espanha levaram a cabo um plano de erradicação da PSA assente no reforço dos princípios da biossegurança, sendo ainda hoje exemplo para todo o mundo as medidas aplicadas na Península Ibérica no que concerne à biossegurança das explorações”, explica o presidente da FPAS, David Neves. O último foco de Peste Suína Africana em Portugal foi a 15 de novembro de 1999.
Sobre os resultados alcançados no inquérito de resposta voluntária, o responsável federativo refere que “o relatório demonstra capacidade de resiliência das explorações portuguesas aos vetores de propagação de doenças, mas importa incentivar os produtores a investirem cada vez mais em medidas de biossegurança que, não sendo investimentos produtivos, são investimentos preventivos e que vêm também garantir aos consumidores e aos agentes da fileira a confiança que nesta atividade se produz com elevados padrões sanitários”
Critérios para a avaliação da biossegurança
Para avaliar a biossegurança de uma exploração, o estudo atendeu às barreiras exteriores das explorações e às barreiras interiores das explorações.
Os critérios avaliados para aferir sobre o nível externo foram aspetos relacionados com a localização da exploração, como vedação do perímetro externo, acessos fechados, existência e funcionalidade de rodilúvio, entre outros, aspetos relacionados com a entrada de animais e material genético, com o transporte de animais, com o fornecimento de água e alimentos, com a remoção de efluentes e cadáveres, com a entrada de funcionários e visitas, com o fornecimento de materiais diversos e com o controlo de roedores e aves.
No que diz respeita à interna foram avaliados os procedimentos tidos para o controlo de doenças, o maneio no parto, desmame, recria e engorda, as medidas adotadas entre setores e linhas de trabalho, os protocolos de utilização de equipamentos e os procedimentos de limpeza e desinfeção da exploração.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.