“Se o mercado de fertilizantes não for estabilizado, o problema pode ser o abastecimento de alimentos” Crises mundiais em debate na ONU

A Rússia faz parte da solução para que se inverta o agravamento da crise alimentar à escala global. O secretário-geral da ONU considerou “essencial continuar a eliminar todos os obstáculos remanescentes à exportação de fertilizantes russos”. Guterres falava no primeiro de seis dias de debate, a marcar o início na 77ª Assembleia-Geral da organização, onde o Brasil é, há décadas, o primeiro a discursar. Depois do aproveitamento político que fez da sua deslocação a Londres, Jair Bolsonaro foi a Nova Iorque exaltar as conquistas do seu Governo e explicar porque deve ser reeleito

O ritual cumpre-se ininterruptamente desde 1949. Na agenda da Assembleia-Geral das Nações Unidas, há uma semana do ano dedicada a ouvir os chefes de Estado ou de Governo dos Estados-membros — que preocupações os atormentam e que apelos têm a fazer à comunidade internacional.

Com uma guerra em curso na Europa, uma crise económica global agravada por uma pressão inflacionista — desencadeada pela subida dos preços da energia, dos alimentos e das matérias-primas —, e ainda as alterações climáticas a não darem tréguas, “o nosso mundo está em apuros”, alertou, esta terça-feira, o secretário-geral da organização.

António Guterres, que foi o primeiro a fazer-se ouvir na sessão de abertura da 77ª Assembleia -Geral, identificou a disrupção na cadeia de abastecimento de alimentos como uma das principais emergências do momento.

“Para aliviar a crise alimentar global, devemos abordar urgentemente a crise do mercado global de fertilizantes. Este ano o mundo tem comida suficiente; o problema é a distribuição. Mas se o mercado de fertilizantes não for estabilizado, o problema, no próximo ano, pode ser o próprio abastecimento de alimentos”, avisou o português.

Fertilizantes russos não estão sujeitos a sanções

Para inverter a tragédia que se adivinha, o líder das Nações Unidas considera “essencial continuar a eliminar todos os obstáculos remanescentes à exportação de fertilizantes russos e dos seus ingredientes, incluindo amónio”. Guterres lembra que “esses produtos não estão sujeitos a sanções”.

O desbloqueamento dos fertilizantes russos foi um dos pontos da recente Convenção de Istambul — popularizada como Acordo dos Cereais —, assinada a 22 de julho, após mediação do secretário-geral da ONU e do Presidente da Turquia. Esta terça-feira, Recep Tayyip Erdogan considerou esse pacto “uma das grandes conquistas das Nações Unidas nos últimos anos”.

No uso da palavra, Jair Bolsonaro demonstrou de que forma […]

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