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Governo dos Açores altera regras na venda de madeira para garantir sustentabilidade das florestas

O Governo Regional dos Açores está a implementar um novo modelo nos contratos de venda de madeira que implica a manutenção das matas pelos compradores, para assegurar a sustentabilidade das florestas, anunciou hoje o secretário da Agricultura.

“Nestes concursos, é obrigatório que o comprador, durante três anos, faça a limpeza, a rearborização e a manutenção da mata, numa lógica de sustentabilidade”, afirmou o titular da pasta da Agricultura nos Açores, António Ventura, à margem de uma visita a uma mata no Pico Gordo, na ilha Terceira.

O executivo açoriano lançou hoje um concurso público internacional para a venda de seis lotes de madeira criptoméria na ilha Terceira, numa área de cerca de 34 hectares, com um valor estimado de 28,4 mil metros cúbicos de madeira e um preço base de 236,4 mil euros.

Este concurso integra já o novo modelo, ficando os compradores responsáveis pela “reflorestação e manutenção das áreas cortadas”.

Segundo António Ventura, o novo modelo impõe também mais responsabilidades aos serviços florestais, que, nos anos seguintes, são obrigados a fazer “os desbastes e as desramas da madeira, para que a madeira tenha menos nós e um diâmetro por tronco maior”.

“Com este novo modelo de política pública, asseguramos sustentabilidade da floresta pública e das nossas matas, asseguramos fornecimento de melhor qualidade de madeira e asseguramos que área cortada seja área plantada”, frisou.

O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural destacou a importância do concurso internacional lançado hoje para dar resposta às necessidades de matéria-prima na ilha Terceira.

“Este concurso internacional tem uma particularidade. Uma vez que as indústrias da Terceira precisam de matéria-prima, obriga a que a primeira transformação seja feita na ilha”, adiantou.

O governante considerou que a indústria da madeira tem potencial de crescimento nos Açores, avançando que no próximo quadro comunitário de apoio será criada uma “ação específica com valores apelativos de apoios”, para que se possam criar “cortinas de abrigo”.

“Queremos que, nas zonas médias e altas, possa haver uma apetência para que as explorações pecuárias tenham cortinas de abrigo. As cortinas de abrigo permitem neutralidade carbónica, permitem um melhor ciclo de água, permitem evitar as erosões, permitem proteção aos bovinos e permitem que nós aumentemos a nossa área de floresta e de madeira nos Açores”, salientou.


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