Agravamento dos custos de produção está a levar à diminuição do número de animais criados para alimentação humana. A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes prevê que o consumo diminua entre 10 a 15%.
O preço da carne poderá subir entre 15 a 20% até fevereiro do próximo ano. A previsão – e o alerta – é da Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), que adianta que a instabilidade do mercado e, em especial o preço dos cereais, estão a conduzir a uma diminuição do número de animais para consumo. “As próximas semanas serão determinantes para percebermos qual vai ser a reação do mercado à falta de animais e ao facto de estarem muito leves”, diz ao DN/Dinheiro Vivo a diretora executiva da associação, Graça Mariano.
As razões que impactam nesta subida de preços são sobejamente conhecidas – aumento do preço das matérias-primas, dos aditivos, dos materiais de embalagem, do transporte e da eletricidade e gás, o que leva os produtores a reduzir a criação animal por não ser rentável – mas agora acrescenta-se a valorização do dólar, que está a levar a China a voltar a comprar carne na Europa, expõe Graça Mariano.
No mesmo sentido, e agora que o turismo abrandou e o custo de vida aumentou de forma significativa, a expectativa da APIC é que “haja um decréscimo acentuado do consumo, a rondar os 10% a 15%, o que reflete as enormes dificuldades que o setor irá atravessar no curto prazo”. Presentemente, a diminuição do cabaz de compras já é notória, com os consumidores a optarem por adquirir produtos mais económicos. “Existe uma queda de 1% do consumo de produtos à base de carne”, afirma Graça Mariano, citando os dados da Nielsen (empresa de análise de dados de consumo), acumulados até agosto.
Sem especificar, em termos de valor, o impacto que a crise terá no setor, a diretora executiva da APIC garante que “ao nível de rentabilidade, […]