Quatro albufeiras podem ficar sem água até 2024. Ambientalistas avisam que mais barragens podem secar

Alto Lindoso (Viana do Castelo) Alto Rabagão (Vila Real), Bravura (Faro) e Campilhas (Setúbal) podem chegar aos 0% de capacidade em dois anos ou menos. Ambientalistas criticam a falta de medidas direcionadas à agricultura intensiva, que gasta 75% da água, em Portugal.

Um modelo matemático elaborado pela Renascença indica que quatro albufeiras portuguesas podem ficar sem água, até 2024.

O modelo prevê que as albufeiras de Alto Lindoso (Viana do Castelo) Alto Rabagão (Vila Real), Bravura (Faro) e Campilhas (Setúbal) cheguem aos 0% de capacidade em dois anos ou menos, se pouco ou nada chover e se nada for feito para combater a seca que se tem feito sentir por estes territórios do país.

À Renascença, o analista de dados Paulo Maia refere que o modelo estatístico aprende com os “dados históricos” do volume de água nas albufeiras e não quer dizer “que as coisas aconteçam mesmo”. Realça que a previsão “assume bastantes coisas que podem ser prevenidas”.

“A primeira componente é a tendência, que é o valor de crescimento, que normalmente é uma coisa mais a longo prazo. Por exemplo, se o nível da água está a baixar ao longo do tempo, a tendência vai ser uma linha de crescimento negativa. Esta componente é linear. Depois há componentes sazonais que são adicionados à tendência original. E podes ter aqui sazonalidades semanais, mensais, anuais. E o modelo tenta também aprender isto”, explica.

Em reação a estas previsões, Alice Pisco, porta-voz da Plataforma Água Sustentável (PAS), diz que “é preocupante que isto seja uma possibilidade”, mas indica que a situação já era problemática “há alguns anos”.

A representante da Plataforma acrescenta que “todas as barragens do Algarve estão com armazenamento abaixo da média” e não tem dúvidas que mais “se encaminham para o mesmo cenário” às do modelo da Renascença.

Já Rosa Guedes, também da PAS, considera que as medidas tomadas até agora para combater a seca têm sido “pontuais e não estruturais”.

Rodrigo Proença de Oliveira, doutorado em Engenharia Civil do Ambiente, lembra que “há medidas de eficiência que estão a ser tomadas, há algumas barragens em que foi proibida a produção de energia, […]

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