Para mitigar de forma duradoura o cenário cíclico de catástrofe em matéria de fogos rurais, além do que está a ser feito, tem de se implementar um programa de apoio à “gestão ativa da floresta”, disponibilizando 75 milhões de euros anuais para o efeito.
Os incêndios rurais voltam à ordem do dia. De novo esse sentimento de impotência e de perda coletiva. A área protegida da Serra da Estrela carregada de cinza. O enorme incêndio que se queria evitar. Uma resposta política anunciada. Um plano de revitalização para a década. Os ecossistemas recompõem-se, com perdas irreversíveis. As atividades produtivas deixarão sempre uma interrogação silenciosa entre a recuperação e o abandono.
Deste ano de fogo podemos afirmar que o sistema de prevenção e combate, ainda com insuficiências e ineficiências, está mais robusto. O dispositivo especial de combate tem uma outra dimensão, especialização e experiência. Na prevenção, números do ICNF dos últimos cinco anos (tive responsabilidade política em dois deles, assumindo a minha quota parte do que foi e não foi feito), houve intervenção em 250 mil hectares. Em tarefas mecânicas, “cabras sapadoras” e fogo controlado.
Entretanto, a AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, IP, responsável pela coordenação do Sistema de Gestão integrada de Fogos Rurais e do Plano Nacional de Ação – avança com uma meta para a década: intervir em 2,6 milhões de hectares. Portanto, multiplicar por cinco o ritmo do que tem sido feito.
O investimento concentrou-se, prioritariamente, nas faixas de contenção de fogo. Essa infraestrutura de “proteção passiva” está, em parte expressiva do país, concluída, sendo, agora, necessário mantê-la. Mas o património florestal está a degradar-se. Precisa de ser gerido, restaurado e renovado, num novo ciclo de geração de valor devidamente partilhado entre partes interessadas. Este é o ponto onde o país continua a […]