Portugal e Marrocos lançaram hoje as bases de um projeto piloto para que 400 trabalhadores marroquinos venham trabalhar este ano na agricultura portuguesa, anunciaram hoje, em Lisboa, os ministros do Trabalho e do Emprego dois países.
A concretização do acordo de mobilidade de trabalhadores entre Portugal e Marrocos deverá efetivar-se este ano e na quarta-feira será assinado um protocolo com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), avançou a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ao lado do ministro marroquino que detém as pastas da Inclusão Económica e do Emprego.
A reunião que antecedeu o anúncio à comunicação social, no Ministério do Trabalho, foi considerada “muito frutífera” por ambos os governantes e serviu para definir os próximos passos para garantir a chegada dos trabalhadores e “emprego decente”.
Ana Mendes Godinho garantiu que a assinatura do acordo entre Portugal e Marrocos espelha a visão que os dois governantes partilham sobre emprego e direitos humanos.
Os trabalhadores marroquinos terão oportunidade de ter um período de formação antes de viajaram para Portugal, onde aprenderão a língua e a cultura, de acordo com as declarações dos dois ministros.
As agências de trabalho de Portugal e Marrocos vão articular o trabalho necessário para que os trabalhadores marroquinos viagem para Portugal e sejam integrados no mercado de trabalho, “nas melhores condições”.
De acordo com Ana Mendes Godinho, trata-se de “uma boa oportunidade” para ambos os países.
“Decidimos, em conjunto, pôr em marcha um projeto-piloto que começa agora mesmo, envolvendo 400 trabalhadores na agricultura”, de uma forma regulada e que beneficie todas as partes, disse a ministra, considerando que para Portugal este é “um momento muito importante”.
Em Portugal, são identificadas áreas específicas com necessidade de mão-de-obra, bem como a forma como decorrá.
No âmbito do acordo hoje estabelecido, os trabalhadores podem fazer uma parte da formação em Marrocos antes de viajarem para Portugal.
Para o ministro marroquino, o acordo hoje estabelecido representa “uma nova geração” de acordos para “emprego decente”, em resposta às necessidades da economia portuguesa e em respeito pelos direitos humanos.