A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico (PicoWines) recebeu este ano 125 mil quilos de uva, o que vai permitir produzir 75 mil litros de vinho, uma quebra de 50% a 60% na produção, revelou o diretor geral.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Cavaleiro, avançou que as produções deste ano ficaram “bastante aquém do que era esperado”.
“A produção este ano foi bastante baixa. Houve quebras bastante acentuadas face àquilo que era a expectativa no momento de afloração. Na cooperativa, entre aquilo que era expectável receber, as quebras chegaram aos 50% e 60%. Portanto, é um ano bastante mau”, afirmou.
Pedro Cavaleiro realçou que a cooperativa, que representa mais de 50% da produção de vinho do Pico, recebeu 125 mil quilos de uva, o que equivale à produção de 75 mil litros de vinho.
“Inicialmente, quando começamos a preparar a nossa vindima, tínhamos mais ou menos uma expectativa de receber entre os 200 mil quilos e os 220 mil. Portanto, o que recebemos este ano foram 125 mil quilos de uva, distribuídos entre castas brancas e tintas”, declarou.
A redução da produção está relacionada com algumas “condicionantes climatéricas”, como chuvas ou ventos “bastante fortes”.
“Foi um conjunto de tempestades, chuvas, ventos bastante fortes em momentos muito críticos do ciclo da planta que vieram dificultar, no caso de algumas castas, a própria floração. Depois, com o avançar do tempo, mais perto da altura da vindima, foi uma altura de chuvas bastante intensas”, explicou.
Pedro Cavaleiro apela à “reflexão interna” para perceber porque existiram “associados com produções bastante boas” e outros com “produções muito reduzidas”.
“Houve associados que tiveram produções bastante boas. A diferença poderá ter sido, por exemplo, a forma como conduziram o tratamento que fizeram à planta ou como conseguiram segurar a produção”, assinalou.
Apesar da menor produção, o diretor geral da PicoWines realça que os vinhos deste ano vão ter uma “qualidade muito alta”, devido aos investimentos realizados pela cooperativa.
“Este ano a cooperativa enveredou um esforço para melhorar consideravelmente o nosso processo interno. Foram adquiridos diversos equipamentos que permitiram, logo à partida, fosse como fosse este ano, com muita ou pouca produção, ter uma qualidade final mais alta”, destacou.
Este ano, a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico pagou entre os quatro e os 3,5 euros por quilo de uva das castas brancas de Arinto dos Açores, Verdelho e Terrantez do Pico.
Devido a este ter sido um “ano tão complexo” para a produção de vinho do Pico, a cooperativa atribuiu um prémio de mais 50 cêntimos por quilo de uva.
“Estes valores posicionam o que está ser feito nos Açores e a viticultura nos Açores num patamar muito longe daquilo que se faz em Portugal continental”, concluiu.
A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico tem 284 associados. Desses, 135 entregaram uvas durante este ano.