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Falta de Soberania Alimentar (de Carne) em Portugal pode ser uma Realidade!

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), teme a iminente falta de soberania alimentar em Portugal, pela incapacidade de muitas indústrias de carne portuguesas não conseguirem abastecer o mercado nacional com carne e produtos cárneos, face à inevitável derrocada económica que se avizinha em muitas destas empresas, se não surgirem medidas de apoio adequadas.

Esta situação terá consequências também danosas para o consumo em Portugal e mesmo indiretamente para a saúde dos portugueses.

Por um lado, perante a dificuldade de muitas empresas manterem o abastecimento do mercado português, poderá haver roturas de certos produtos.

Por outro, a necessidade forçosa de se aumentarem os preços da carne e dos produtos cárneos, terá como consequência uma quebra de consumo e a aquisição de produtos de mais baixo valor, o que afetará também a saúde dos portugueses, pelo desequilíbrio nutricional inerente.

A APIC, tem manifestado esta preocupação ao Governo de Portugal, contudo, as medidas recentemente anunciadas não são medidas efetivas de apoio à indústria da Carne.

As indústrias da carne são grandes consumidores de energia elétrica e de gás, necessitam totalmente destes tipos de energia para desenvolverem as suas atividades, não sendo possível pagarem valores de faturas com aumentos de 500%, face ao mesmo período do ano passado.

De sublinhar, que perante esta situação emergente, as indústrias da carne, têm continuado a lutar e a procurar de forma incessante soluções conducentes à sua sobrevivência económica, para prevenirem uma hecatombe. Assim, estas empresas, mesmo sabendo que terão consequências comerciais prejudiciais, começaram a ajustar as metodologias de funcionamento, a fim de reduzirem os consumos de energia, nomeadamente, a concentração de abates em dias específicos, precavendo o exagerado consumo de energia inerente aos arranques de qualquer linha de abate.

A APIC reivindica, assim, o acesso ao mesmo tipo de apoios ao aumento dos custos energéticos já providenciados pelo Estado a outros setores da atividade económica;

Os nossos associados, querem contribuir para a manutenção do emprego em Portugal, querem continuar a alimentar Portugal com produtos cárneos de qualidade e contribuir para minimizar os efeitos nefastos da inflação junto dos portugueses. Os nossos associados querem ainda contribuir para a soberania alimentar de Portugal.

Para isto, o Governo de Portugal tem de estar sensibilizado para a necessidade de medidas consistentes, robustas e efetivas para apoiar estas indústrias, sublinhando que, a não haver novas medidas, a breve trecho, poderá acontecer o seguinte:

  • Rotura no mercado nacional de carne e produtos cárneos,
  • Dependência de Portugal de importação de carne e produtos cárneos;
  • Aquisição pelos consumidores portugueses de cabazes alimentares muito mais caros ou, alternativamente, de cabazes mais acessíveis no preço, mas empobrecidos do ponto de vista nutricional, com consequências nefastas para a sua saúde;

A Direção da APIC

30 de setembro de 2022


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