Um empresário da suinicultura em Angola apontou hoje o acesso à boa genética, o custo e a qualidade dos alimentos para os animais e a falta de conhecimento da atividade como alguns dos principais desafios do setor.
Para Yoan Pineiro Pitra, empresário cubano em Angola há mais de 15 anos, os elevados custos e a qualidade dos alimentos, entre o milho, soja e a ração, para a produção e reprodução de suínos em Angola constituem alguns entraves para o desenvolvimento do setor.
O suinicultor, que falava durante a primeira edição do Fórum Angolano de Agronegócio, considerou também a falta de conhecimento da atividade e de tecnologias para a suinicultura como outros dos principais desafios.
A falta de medidas de biossegurança contra a peste suína africana foi igualmente descrita pelo empresário como fator que concorre negativamente para o crescimento da suinicultura em Angola.
Yoan Pineiro Pitra, que foi um dos oradores do primeiro painel do fórum, defendeu ainda a edificação de boas instalações, a melhoria da genética e da alimentação e a higienização do meio animal como ações que podem impulsionar a atividade.
Sobre a produção e reprodução bovina em Angola, o empresário brasileiro Aldo Neto, pós-graduado em bovinicultora, assinalou que Angola precisa de melhorar a produção de carne para competir com a carne importada.
“Internamente devem ser definidas medidas concretas para melhorar a produção da carne, que começa pelo tratamento do animal, de forma a ser mais competitiva, porque às vezes a carne nacional fica mais cara em relação à importada”, apontou.
Segundo o secretário de Estado do Comércio, Amadeu Nunes, na abertura do encontro, o agronegócio é “uma cadeia muito vasta” e considerou oportuna a realização do fórum “face aos desafios existentes nesta matéria”.
“Auguramos que este evento constitui uma ferramenta para fortalecimento das capacidades dos quadros nacionais fazedores de políticas, bem como para a classe empresarial. Estas iniciativas vão permitir a dinamização da cadeia de valor”, frisou o governante.
Gestão e controlo da qualidade e superação dos desafios de competitividade no agronegócio foram também um dos temas abordados no fórum, promovido pela consultora Zambeca.