As exportações portuguesas de bens e serviços para o Brasil subiram 211,2% entre janeiro e julho face ao período homólogo, para 1.055,3 milhões de euros, segundo dados cedidos pela AICEP à Lusa.
De acordo com os dados enviados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com base em informação do Banco de Portugal, as exportações dispararam nos primeiros sete meses do ano face ao período homólogo, ajudadas sobretudo pelas exportações de serviços.
Já as importações cifraram-se em 2.985,7 milhões de euros, um aumento de 94,9%.
Deste modo, o saldo da balança comercial de bens e serviços de Portugal com o Brasil foi de -1.930,4 milhões de euros, o que compara com os -1.192,8 milhões de euros registados em igual período de 2021.
Segundo a informação cedida pela AICEP, com base em dados do Instituo Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas de bens para o Brasil aumentaram para 489,9 milhões de euros entre janeiro e julho deste ano, uma subida de 17,7% face aos 416,2 milhões de euros registados em igual período de 2021.
Já as importações de bens subiram 98,3% nos primeiros sete meses deste ano, cifrando-se em 2.901,6 milhões de euros, acima dos 1.463,1 milhões de euros do período homólogo.
Deste modo, o saldo da balança comercial de bens de Portugal com o Brasil atingiu -2.901,6 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, o que compara com os -1.046,9 milhões de euros no período homólogo.
Entre janeiro e julho, o Brasil manteve-se como o 13.º cliente das exportações de bens portugueses, com uma quota de 1,06%, sendo o 7.º fornecedor de Portugal, com uma quota de 4,66%.
Os dados cedidos pela AICEP indicam ainda que, durante o período de referência, o Brasil contribuiu em 0,20 pontos percentuais (pp.) para o crescimento das exportações globais de Portugal.
A liderar as exportações portuguesas para o Brasil estão os produtos agrícolas, tendo registado um aumento de 18,3% face ao período homólogo para 208,3 milhões de euros e representando 42,5% dos produtos exportados para este país.
Seguem-se veículos e outros materiais de transporte (66,5 milhões de euros), os produtos alimentares (45,8 milhões de euros), as máquinas e aparelhos (43,7 milhões de euros) e combustíveis minerais (22,7 milhões de euros).
Do Brasil, Portugal importou 1.730,7 milhões de euros em combustíveis minerais, um crescimento de 82,5% face ao período homólogo, representando 59,6% do total de importações deste país.
Seguiram-se os produtos agrícolas (579,8 milhões de euros), os metais comuns (220,4 milhões de euros), a madeira e cortiça (129,1 milhões de euros) e veículos e outro material de transporte (77,4 milhões de euros).
No final de 2021, as exportações portuguesas tinham atingido 707,1 milhões de euros, enquanto as importações 2.548,8 milhões de euros, com o saldo da balança comercial a registar um défice de 1.841,8 milhões de euros.
Olhando para a variação entre 2017 e 2021, as exportações portuguesas de bens para este país caíram 6,8%, enquanto as importações aumentaram 24,9%.
O número de empresas portuguesas exportadoras para o Brasil tem-se mantido relativamente estável desde 2017, com um crescimento mais acentuado em 2019.
Em 2017 existiam 1.532 exportadoras para o Brasil, tendo subido para 1.621 em 2019, caído para 1.520 em 2020 e para 1.518 em 2021.
Já as exportações portuguesas de serviços para o Brasil aumentaram 362,9% entre janeiro e julho face ao período homólogo, representando 815,8 milhões de euros, segundo dados do BdP.
De acordo com a mesma fonte de informação, as importações de serviços aumentaram 90,6% para 587,8 milhões de euros, cifrando-se assim a balança comercial em 228 milhões de euros, o que compara com os -132,3 milhões de euros do período homólogo.
Neste período, a quota do Brasil no comércio internacional português de serviços era de 3,47% enquanto cliente e de 4,73% enquanto fornecedor.