A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) e o projeto “LIFE Desert-Adapt” desafiam proprietários a criar “Bosquetes Biodiversos para o combate à desertificação”. A iniciativa é limitada a 30 proprietários e as candidaturas decorrem até 15 de outubro de 2022.
O projeto “Life Desert-Adapt” tem vindo a testar e demonstrar Modelos de Adaptação à Desertificação, com estratégias e tecnologias que consideram a resiliência aos efeitos das alterações climáticas, a qualidade e a conservação do solo, assim como o seu papel de suporte à vida, em propriedades públicas e privadas, nas áreas mediterrâneas que correm risco de desertificação.
Em paralelo, quer ver replicados e ampliados estes Modelos, especificamente pensados para contrariar a erosão e apoiar o combate à desertificação, mas integrados numa abordagem que procura melhorar o estado e funções do ecossistema como um todo. Neste sentido, desafia os replicadores – proprietários locais – a seguirem o exemplo.
É para esta fase de replicação que o projeto “Life Desert-Adapt” e a ADPM estão agora a trabalhar, desafiando produtores – podem ser cidadãos, organizações ou empresas, públicos ou privados – a candidatar-se para serem os replicadores destes Modelos, implementando-os nas suas terras. O objetivo é dotar os proprietários de estratégias e ferramentas que os apoiem na proteção e regeneração do solo, tornando-o mais resiliente aos efeitos das alterações climáticas e contribuir para o sucesso dos seus negócios.
As candidaturas são feitas online (neste formulário de inscrição) e decorrem até 15 de outubro. Após esta data, será feita a seleção dos 30 proprietários que irão replicar nas suas propriedades os conhecimentos e práticas indicadas pelo projeto “Life Desert-Adapt”, através da instalação de bosquetes que têm por intuito o combate à desertificação. Embora qualquer proprietário da região possa candidatar-se, será dada prioridade a propriedades com mais de 15 hectares.
Direitos e deveres dos replicadores
Os 30 selecionados contarão para o efeito com a oferta de plantas – árvores e arbustos – para plantar na campanha que decorre no outono e inverno 2022/23 e que terão de manter pelos cinco anos seguintes.
O trabalho a realizar no terreno prevê a instalação de plantas em três tipologias de habitat – sol, sombra e ripícola (junto às linhas de água) – e beneficia de 50 árvores e 100 arbustos para cada um deles. No total, existem para oferta mais de 20 espécies diferentes, entre as quais o pinheiro-manso (Pinus pinea) e a alfazema (Lavandula sp.) para áreas de sol, o sobreiro (Quercus suber) e murta (Myrtus communis) para as zonas de sombra, o carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e o folhado (Viburnum tinus) para os habitats ribeirinhos.
Os selecionados beneficiarão ainda de material técnico e de workshops que podem apoiar os seus trabalhos e os procedimentos inerentes ao protocolo que estabelecem com a entidade promotora. O selo “Deset-Adapt”, que passam a poder utilizar, é uma forma de partilharem com a comunidade e clientes o seu compromisso na adaptação às alterações climáticas e no combate à desertificação.
A instalação e os procedimentos a realizar para maximizar a sobrevivência das plantas e melhorar as condições de adaptação (vedação, plantação intercalada, cobertura do solo ou outros) terão de ser demonstrados (documentados) pelos proprietários e serão também monitorizados pelos promotores da iniciativa.
Saiba mais sobre esta iniciativa dirigida aos “replicadores”, ou seja aos proprietários, e sobre o projeto Desert-Adapt, assim como sobre os Modelos de Adaptação à Desertificação, através de vários casos de estudo.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.